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Conto - Parte I. A Lenda de Bartô

- Tu não escaparás, bruxa! – bradou o cavaleiro. – Liberte-a!
Nem bem terminou de pronunciar tais palavras, um jogo de luzes roxas e vermelhas tomou sua visão. Ele lutou bravamente contra aquela força desconhecida, mas não resistiu e, aos poucos, foi se entregando à escuridão total.



- Este é o Santuário do Cavaleiro. – disse Letícia apontando para uma espécie de túmulo, onde a imagem perfeita de um homem estava petrificada. – Como podem ver, as roupas que o cavaleiro usa estão gastas, para simbolizar as muitas lutas que esses homens passavam em prol de seu rei.
Um menino de aproximadamente 12 anos ergueu a mão e Letícia deixou que ele perguntasse:
- É verdade que há uma lenda sobre esse cara?
- Sim, é verdade, mas não posso dizer que ela seja verdadeira, já que é uma lenda. – disse Letícia, lendo os pensamentos do menino.
Logo vários meninos e meninas da turma começaram a pedir que ela lhes contasse a lenda. Após receber um sinal positivo da professora da turma, Letícia começou:
- Tudo bem! Eu conto – disse ela por fim (“Oba!” – “Isso aí!” – exclamaram os alunos em sequência) – Reza a lenda que este foi o melhor cavaleiro que o rei Thor III teve durante todo o seu reinado. Nenhum homem ou monstro era capaz de derrotá-lo, desde que as causas da batalha fossem justas.
“O rei sabia das condições e por isso não mandaria o cavaleiro fazer nenhum trabalho sujo. Ele tinha medo de que seu mais valoroso homem fosse perdido por uma falha sua.”
“Anos se passaram, o rei ficou cada vez mais poderoso e temido pelos seus inimigos, que conheceram as lendas sobre este cavaleiro rapidamente. O reino viveu em paz, pois todos sabiam que a justiça existia pelas mãos do mais nobre cavaleiro...”

- Qual era o nome dele? – perguntou uma menina, corando rapidamente com vergonha de sua intromissão.
- Ninguém sabe dizer. – disse Letícia de uma forma teatral ao ponto de impor respeito (ou medo) em alguns pequenos rostos ali presentes. – Continuando:

“O reino era próspero, muitos queriam ir morar lá e mau nenhum conseguia penetrar as fronteiras, pois o cavaleiro com seu fiel cavalo” – ela apontou para um cavalo empalhado que estava próximo ao Santuário, numa pose de combate. – “varriam o reino e expulsavam a maldade.”.
“Depois de muito tempo combatendo a favor de seu rei e de seus princípios, o cavaleiro se deparou com algo que nunca sentira antes: a solidão. Ele tinha bons amigos, inúmeros companheiros de aventuras e muitas mulheres que queriam se casar com ele, mas nada disso impediu que a solidão invadisse seu peito e começasse a pressioná-lo de forma cruel e covarde.”
“Quando o rei percebeu o que afetava seu cavaleiro e amigo, ofereceu-se para encontrar a mulher ideal a quem o nobre cavaleiro pudesse entregar seu coração. Rei Thor III chegou a oferecer a única filha que tinha, a princesa Aurora, já que ela era a mulher mais bela de todo o reino. A princesa aceitou de bom coração, pois sabia que o cavaleiro era um ótimo partido e a faria infinitamente feliz.”
“Quem não aceitou foi o próprio cavaleiro, porque conhecia a princesa e sabia que por trás de tanta beleza se escondia uma enorme arrogância e um coração muito podre! Sendo ele um cavaleiro da justiça, jamais conseguiria viver ao lado de uma mulher que não preza pelos mesmos princípios que ele. ‘A beleza não é tudo que preciso, meu rei.’ foi o que ele respondeu quando recebeu a proposta de casamento.”
“O rei entendeu seu amigo e propôs que todas as mulheres do reino fossem trazidas para o castelo, a fim de que o cavaleiro pudesse conhecê-las e encontrar em alguma o amor que buscava. Novamente Thor III estava errado quanto os desejos de seu amigo. Depois desses erros, o rei compreendeu o que se passava no coração de seu amigo.”
“Sem demora, Thor III permitiu que o cavaleiro saísse em viagem e seguisse as ordens de seu coração. Mais rápido ainda, o cavaleiro saiu com seu fiel alazão e deixou que o destino guiasse seus passos.”
“A princesa, tomada de ódio pela rejeição que sofrera, seguiu os passos do valoroso cavaleiro. Ela estava disposta a pagar qualquer preço para que pudesse vingar tamanha vergonha que o cavaleiro a fizera passar. Ela estava cega, pois nunca tinha sido rejeitada antes, nem o seu menor desejo havia sido negado.”
“O cavaleiro andou por todo o reino sem perceber que estava sendo seguido pela princesa. Conheceu mulheres, fez novos amigos, ajudou pessoas necessitadas, fez tudo que o destino colocou em sua frente, pensando que pudesse ser o caminho para o amor verdadeiro que ele logo encontraria.”
“Mas o amor dele nunca apareceu e depois de dois anos de busca ele resolveu voltar para o castelo, pois o rei certamente estava precisando de seus serviços. Porém nesse tempo a princesa se envolveu com pessoas de todos os lugares, boas e ruins. Aprendeu a ser mais companheira e também a se virar com bruxarias. Aprendeu a amar e a odiar mais a cada dia. Ela se tornara uma mulher muito boa, mas uma bruxa muito má ao mesmo tempo.”
“Quando estava próximo ao castelo, o cavaleiro encontrou uma mulher que não reconheceu. Ela vestia roupas pretas como a noite, mas era bela como o amanhecer do dia. Ela ostentava muito poder em sua face e tinha um sorriso malicioso. O cavaleiro então pensou: ‘Será que minha busca me trouxe a esta diferente mulher?’”
“A mulher foi ao seu encontro e cumprimentou-o. Ele, sendo um cavaleiro, cumprimentou-a e eles se perderam em uma longa conversa sobre a jornada do cavaleiro. Mas nenhum dos dois dissera seu nome.”
“Quando entrou no castelo, foi recebido pelo seu amigo rei Thor III enlutado. Ao questionar o que houvera acontecido para que o luto tomasse o castelo, o cavaleiro recebeu a notícia de que a princesa Aurora fugira logo depois de sua viagem e que o rei esperava que ele tivesse notícias dela.”
“Chocado e se culpando pela fuga da princesa, o cavaleiro se ajoelhou e prometeu ao amigo-rei: ‘Meu senhor, peço perdão e reconheço a culpa por essa ocorrência, mas prometo: só volto a pisar em vosso castelo desde que a princesa Aurora aqui esteja, sã e salva! E se o pior aconteceu, eu buscarei e protegerei sua alma, onde quer que ela esteja!’. O rei ficou maravilhado com o nobre ato do valoroso cavaleiro e decidiu não intervir em seus pensamentos novamente, permitindo que ele seguisse em outra viagem. O rei apenas disse: ‘Meu amigo, levanta-te, pois falo a ti como irmão que sempre quis ser. Agradeço os teus atos e não te impedirei! Apenas te peço uma coisa: tomes cuidado, pois não sabemos o que tomou o coração de minha jovem Aurora e temo por isso.’”.
“Sem tardar, o cavaleiro saiu do castelo e foi para a taverna mais próxima, com o objetivo de dormir aquela noite e sair descansado antes do amanhecer.”
“Para sua grande surpresa, a mulher que conhecera o esperava na porta da taverna e antes de qualquer coisa ela lhe disse: ‘Não precisas buscar mais, nobre cavaleiro. Cá estou eu! A jovem princesa Aurora a ti se apresenta’. A mulher disse isso e tirou as vestes pretas que cobriam seu corpo, revelando as roupas de princesa que ela usara no dia em que o cavaleiro recusou a oferta de casamento que o rei lhe propusera.”
“Isso foi um grande choque para o cavaleiro, que só pôde pedir:”
- Por favor, minha princesa, volte para seu pai, pois ele necessita!
- Só farei o que me pedes, se tu fizeres o mesmo. Tenho um pedido. – respondeu a princesa, exibindo um doce sorriso no rosto.
- O que eu puder fazer pelo meu amigo, eu farei. – prometeu o cavaleiro, sem pensar nas palavras que pronunciou.
- Peças ao meu pai que te conceda minha mão em casamento. – disse Aurora, com uma malícia que assustou o nobre cavaleiro.
“O cavaleiro abaixou a cabeça, pois não conseguia olhar para aqueles olhos que lhe falavam e pronunciou num sussurro:”
- Não posso. Perdão!
“Tomada por uma raiva crescente e com seus novos poderes aflorando em seu peito, Aurora não conseguiu se segurar e explodiu de raiva. Uma aura cinzenta e brilhante cobriu o seu corpo, seu rosto foi coberto por um véu roxo e sua voz saiu distorcida quando ela gritou:”
- POR QUÊ?
- Não posso fazê-la infeliz, mi lady! – disse o cavaleiro. Ele não sabia o que estava acontecendo com a princesa, era diferente de tudo que ele já vira antes ou combatera.
“Não sabendo como tratar aquilo que a jovem princesa sofria, mas com a certeza de que ela era incapaz de ser maligna, o cavaleiro continuou o diálogo crendo que ainda conversava com a Aurora que conhecia.”
- Confesso que esses dois anos deixaram-te ainda mais bonita, princesa Aurora. E a conversa que tivemos provou que seu coração foi modificado, aparecendo inúmeros adjetivos a mais que possam qualificá-la como uma ótima mulher, mas o que está acontecendo contigo agora, mi lady Aurora?
“O véu que cobria o rosto da jovem princesa desapareceu e o seu rosto tornou a ser sereno e calmo. Ela sorriu com simplicidade e timidez para o cavaleiro que logo reconheceu naquele sorriso a verdadeira herdeira de seu amigo Thor III.”
- Continuas o mesmo de sempre, cavaleiro. – disse ela com sua doce voz de volta. – Mas minha condição não mudou, ainda que seus atos sejam tão nobres.
- Não posso, princesa. – disse o cavaleiro com dor no coração, baixando a cabeça outra vez.

- Essa história não tem fim, não? – perguntou o menino de maior estatura do grupo.
- Cala a boca, Fernando! – disse outro.
- É! Deixa ela contar! – falou uma menina.
- Termina, moça. – pediram outros tantos.
- Silêncio, pessoal! – disse a professora. – Ou Letícia não poderá terminar a história...
A turma toda ficou em silêncio, até Fernando, o menino que interrompera a narração, ficou quieto ao ouvir a voz da professora.

“A princesa foi tomada novamente por aquela energia raivosa que a cercou antes e o cavaleiro pôde enfim perceber que sua lady não era mais a mesma. Ele decidiu que deveria tentar libertá-la para o bem dela mesma. Tomado por sua coragem e bradando sua espada ele decidiu combater o mal que aflorava da princesa.”
- Tu não escaparás, bruxa! – bradou o cavaleiro. – Liberte-a!
“Nem bem terminou de pronunciar tais palavras, um jogo de luzes roxas e vermelhas tomou sua visão. Ele lutou bravamente contra aquela força desconhecida, mas não resistiu e, aos poucos, foi se entregando à escuridão total.”
“O rei Thor III encontrou o cavaleiro assim como vemos hoje e reconheceu que ele merecia muitas honrarias. Assim, o rei mandou que empalhassem seu cavalo – que também fora atingido pelo jogo de luzes – em uma posição de combate e criarem um altar em que o cavaleiro petrificado pudesse descansar em paz.”
“Para concluir, o rei ordenou que todos do reino ocultassem o nome do cavaleiro, crendo que só uma pessoa de bom coração, capaz de salvar a alma do jovem para sempre fosse capaz de pronunciá-lo no momento certo. Por isso ninguém sabe o nome do cavaleiro até hoje.”
“Também ninguém nunca soube o que aconteceu com lady Aurora, nem mesmo o rei que pediu buscas por todos os lugares da terra.”

Aplausos se seguiram após o término da bela e dramatizada narração de Letícia. Algumas crianças cochichavam comentários sobre a lenda e criavam prováveis fins para a princesa-bruxa.
Depois de um pequeno intervalo, a professora pediu silêncio e anunciou:
- Ok, turma. Já que todos gostaram da lenda, quero que produzam uma redação contando-a novamente e criando um fim para a princesa. E valerá nota!
Muitos reclamaram da tarefa dada. Quando o pequeno caos foi controlado, Letícia voltou a mostrar o museu para os alunos ali presentes, seguindo para o próximo bloco de obras, réplicas e originais de Michelangelo e outros renascentistas.
Continua...
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"Ideias a mil!" ueheuhe
Rapaz, esse texto ficou grande! x.x
Aqui no blog ele parece maior ainda... Mas minhas ideias para ele vão além disso. MUITO ALÉM...
O nome usado para o aluno Fernando não é por acaso. Quando estava escrevendo achei que nunca chegaria ao fim... euheuheuhe
Alguma sugestão para a próxima parte?
Parte II. Renascimento.

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Carta - Um pouco de drama.

As palavras estão me fugindo nesses dias.
Sim, parece que elas não mais querem saltar para o papel. Parece que elas não gostam mais de mim o suficiente para, juntos, formamos frases e pequenos textos que agradem a mim mesmo. – não sei se os textos agradam as palavras que neles estão, já que nunca conversamos sobre isso...

Enfim, preciso de uma ajuda para voltar a escrever decentemente!

E não é segredo para ninguém que minha inspiração é apenas uma, apesar de que eu mantenha em sigilo a identidade da musa. E o continuarei fazendo, principalmente agora.

A musa que tem os mais fortes e belos olhos que já vi. A mulher mais indescritível que conheço e a que cada vez mais me surpreende. A menina que enche meu coração de alegria e que me faz sonhar acordado. “A única que me faz compor.”

Talvez eu esteja perdendo a prática, ou talvez seja essa saudade que eu sinto!

A falta que aquela musa me faz chega a ser cruel.
A dor que sinto ao pensar nela é maior do que suporto.
Não paro de pensar nela... Naqueles olhos que me enfeitiçaram numa noite e que não consigo esquecer.
Meu coração inflama com uma simples lembrança.
Tudo me lembra ela!

Nos momentos bons eu lembro daquele sorriso tímido que ela sempre solta antes de corar um pouquinho. Lembro também de um momento em especial, um em que olhamos um no olho do outro, sem palavras e sem malícia, mas em que meu coração disparou de alegria e esta foi a melhor sensação que tive até então.
Nos momentos ruins eu me lembro de como era bom estar todas as manhãs ao seu lado e de como o mundo não importa se ela está por perto. Eu tento me lembrar daquela voz que me acalma e acelera meu peito...

... não ouvir a verdadeira dona da voz está me matando.

Se eu sobreviver a tudo isso, farei com que não seja em vão o meu sofrimento.
Se eu conseguir transformar todo esse sofrimento em alegria, irei dividi-la com a minha amada.
Se esses dois sonhos se realizarem, serei feliz.

Mas chega de drama! Quando chegar a minha casa, eu queimo esses papéis e tento sentir nas chamas o calor que me falta.
Quem sabe não funciona?

Talvez a felicidade esteja próxima de mim e eu que não sei como alcançá-la.
Espero que minha musa me ensine a conquistá-la...
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Pra começo de conversa: Não! Não copiei do livro Lua Nova a ideia de "... não ouvir a verdadeira dona da voz está me matando.", ok? xP
Esse eu gostei, mas acho que poderia ter ficado melhor. Pra mim, faltou algo no texto... =/
O que acham?

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Prosa

Cansei!
Verdadeiramente eu cansei... cansei de ser eu mesmo sempre, de não mudar. Não quero mais seguir essas regras de educação que ganhei dos meus pais. Cansei de viver essa vida do meu jeito. Cansei dos meus amigos lembrando de como eu era e dizendo que não mudei nada em todos esses anos, dos meus parentes que nunca vejo dizendo que eu sou o mesmo da última vez... ARGH! Cansei!
Cansei do meu mundo!

Quero viver de outro jeito, pelo menos uma vez. Tenho o direito de querer ver o mundo com outros olhos, de “sair da linha”, de abusar do meu eu oculto em mim. Quero explorar os meus talentos inativos e que me são desconhecidos; saber o que os outros pensam de mim – apesar de que isso pouco me importa! –; saber quem sou, quem nunca fui ou nunca serei. Eu tenho esses direitos! Direito de ser outra pessoa quando bem entender!
Não tenho?

Só não cansei de lhe amar!
E queria ver o mundo com os seus olhos...

Queria poder entrar em sua mente e desvendá-la sozinho; conhecer suas memórias e segredos; saber dizer-lhe as coisas que você mais gosta de ouvir.
Queria entrar em seu coração e conhecer todas as suas emoções; encontrar seus sentimentos mais reservados; saber o que está sentindo no momento em que lê essas poucas palavras.
Queria matar essa saudade que me consome!
Queria ser mais do que um amigo...
Queria... QUERO!

Talvez assim eu passasse a conhecê-la de verdade.
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Faltou criatividade para o título e nem sei como classificar esse texto... xP

Estou postando do escritório. *sem nada pra fazer aqui* ¬¬'

E só para constar e ninguém ficar assustado com as minhas palavras aí: ALGUNS sentimentos são reais, outros não! Mas não preciso especificar quais são reais e quais não são... com todo respeito, isso é problema meu ;D
*tô chato hoje!" xP~ euheuheuheuhe

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Conto - Telefonema

“O que será que eu devo falar quando ela atender” pensou Eduardo com o celular na mão. Ele estava muito nervoso, pensando no que estava prestes a fazer. Outras mil coisas passaram sobre sua mente, refletindo se já não era tarde demais para ligar, se ela ia gostar do telefonema, se D. Sylvia, mãe dela, não ficaria brava ou, pior, se o Sr. Reinaldo, o pai, atenderia e começaria um questionário sobre a vida de Eduardo seguido de um sermão falando sobre boas intenções e respeito à pequena Sandra.
Cheio de incertezas, mas com uma coragem sem igual – e que ele não saberia dizer de onde veio –, Eduardo discou o número certo e esperou.
A cada tu que o aparelho fazia seu coração acelerava mais um pouco.
Tu... “Ela não vai atender”
Tu... “Será que já está dormindo?”
Tu... “Eu vou ter um infar...”
- Alô? – disse uma voz do outro lado da linha. Era suave como a brisa na primavera, tinha um toque de ansiedade presente e uma malícia incerta que fez com que Eduardo a identificasse na mesma hora.
Ele respirou fundo, mas tudo o que conseguiu dizer foi:
- Tudo bom, Sandra?
Ela suspirou, reconhecendo a voz de Eduardo. Um pequeno silêncio tomou conta do telefonema, até que Sandra pudesse voltar a si e responder.
- Ah, sim... – disse timidamente. – claro e você?
- Também estou. Não é muito tarde para ligar, é? – pergunto rapidamente.
- Não, claro que não... eu estava esperando que você ligasse – ela admitiu. Eduardo pode sentir que as maçãs do rosto de Sandra estavam mais coradas do que nunca, pois ele sabia o quão tímida ela era. Enquanto isso, Sandra sentia seu rosto esquentar com o vermelho aparecendo. Ambos os corações aceleraram. Muito!
- Diga aí, - Eduardo tentou ser o mais descontraído possível – como foi o teu dia?
- Bem... Até meu pai me falar que quer conversar com você. – um toque de sarcasmo enchia a sua voz quando Sandra falou. Ainda assim, ela estava ansiosa com a resposta que viria.
“O QUÊ?!” quase saiu da boca de Eduardo (seguido de alguns chingamentos), mas ele se segurou para não constranger a mulher que estava do outro lado da linha. Ao invés disso, ele apenas disse: - Eu já esperava e ele está certo...
- Papai disse pra combinar de você vir aqui. – era difícil para Sandra dizer aquilo. Ela sabia que seu pai não faria nada contra Eduardo (a não ser que ele “pedisse”), mas também sabia como o rapaz se sentiria com o provável interrogatório que viria.
- O quanto antes melhor!
Antes que pudesse refletir no que estava falando, Eduardo juntou as palavras numa frase que nunca diria se tivesse pensado antes. Isso surpreendeu aos dois de uma forma diferente.
Mais um silêncio tomou conta da ligação. Sandra perdera a fala com a resposta de seu amado, enquanto Eduardo não sabia com completar aquilo que acabara de dizer.
Como se fossem um só e com um calor desumano na voz eles disseram:
- Te amo!
A voz forte de Eduardo se sobressaiu, claro, em relação à voz fina de Sandra. Mas a combinação que elas fizeram foi o que chamou a atenção de ambos. Era como se toda uma composição tivesse sido entoada por eles com tanta perfeição que os críticos aplaudiriam em pé. O ritmo marcado com precisão e a tonalidade adotada por ambos formaram uma obra prima.
Eles sorriram.
Não havia mais nada a ser dito, não por telefone. Uma simples despedida foi trocada e eles desligaram seus respectivos telefones. Desejando que o tempo fosse amigo o suficiente para que a hora do reencontro chegasse logo.
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Mais um, para manter os posts atualizados! =D

Agradecimentos aos meus patrões, pois usei os nomes deles (mas ele nem sabem =x)

PARABÉNS, ANGÉLICA!
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Para ser sincero, o texto saiu completamente do que eu queria no começo, mas eu gostei mesmo assim. Depois faço um seguindo a ideia original e posto aqui.

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Poesia - Sentidos

Dias...


Há dias que tudo da errado, parece que o mundo conspira contra nós e somos o centro da desgraça.

Graças a DEUS, há outros dias que podemos celebrar a alegria...


Hoje eu vivi e vi coisas belas o suficiente para levantar as mãos pro céu e agradecer!

“Obrigado, ó Pai!”


Meus olhos viram coisas belas, mas foi a minha mente que me mostrou o que eu queria ver.

Agora meus ouvidos anseiam pelo canto entoado por uma sereia.

Na minha respiração sinto o suave perfume de um corpo.

Minha pela grita pelo calor de uma mulher específica.

Minha boca quer encontrar o encaixe perfeito.


...uma lua vista em plena luz do dia, uma bela casa que estava ensolarada, um avião atravessando brancas nuvens... E, mais importante, ao fechar meus olhos pude ver dois olhos negros, fortes, alegres, brilhando como a lua cheia.

(Meus olhos viram coisas belas, mas foi a minha mente que me mostrou o que eu queria ver.)


Eu tento me lembrar do doce som daquela voz, mas reconheço que não é a mesma coisa que ouvi-la de verdade.

(Agora meus ouvidos anseiam pelo canto entoado por uma sereia.)


O cheiro que sinto no ar é distorcido, mas ainda assim posso reconhecer aquele que mais me agrada. Infelizmente, sei que ele está apenas dentro de mim.

(Na minha respiração sinto o suave perfume de um corpo.)


O frio que sinto não é causado por estações, é pela falta de um toque.

(Minha pela grita pelo calor de uma mulher específica.)


Minha sede não é reduzida quando os líquidos a adentram. Ela é causada por um desejo permanente de encontrar a única fonte capaz de saciá-la.

(Minha boca quer encontrar o encaixe perfeito.)


Havia um sorriso naquele olhar!

A voz que ouvia cantava minha música favorita!

Minha respiração ofegava e buscava o perfume ideal.

A pele que eu sentia era macia e quente!

Havia vida na água que provei!

“Obrigado, ó Pai!”


Tudo isso guardo em minha mente e em meu coração.


Pois meus sentidos, todos juntos, gritam um só nome. Se levantam contra mim mesmo para que eu busque saciar a vontade de cada um deles. Eles me forçam a aceitar o que meu coração já diz a um bom tempo!

.

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Agora voltarei a postar!

... de verdade!


Para começar, uma poesia que misturei várias formas... Romantismo e Modernismo, além de um pouco de Contemporâneo.

Versos brancos e livres como as estrofes...


Ah, eu gostei, e vocês?