05/07/2009

Conto - Telefonema

“O que será que eu devo falar quando ela atender” pensou Eduardo com o celular na mão. Ele estava muito nervoso, pensando no que estava prestes a fazer. Outras mil coisas passaram sobre sua mente, refletindo se já não era tarde demais para ligar, se ela ia gostar do telefonema, se D. Sylvia, mãe dela, não ficaria brava ou, pior, se o Sr. Reinaldo, o pai, atenderia e começaria um questionário sobre a vida de Eduardo seguido de um sermão falando sobre boas intenções e respeito à pequena Sandra.
Cheio de incertezas, mas com uma coragem sem igual – e que ele não saberia dizer de onde veio –, Eduardo discou o número certo e esperou.
A cada tu que o aparelho fazia seu coração acelerava mais um pouco.
Tu... “Ela não vai atender”
Tu... “Será que já está dormindo?”
Tu... “Eu vou ter um infar...”
- Alô? – disse uma voz do outro lado da linha. Era suave como a brisa na primavera, tinha um toque de ansiedade presente e uma malícia incerta que fez com que Eduardo a identificasse na mesma hora.
Ele respirou fundo, mas tudo o que conseguiu dizer foi:
- Tudo bom, Sandra?
Ela suspirou, reconhecendo a voz de Eduardo. Um pequeno silêncio tomou conta do telefonema, até que Sandra pudesse voltar a si e responder.
- Ah, sim... – disse timidamente. – claro e você?
- Também estou. Não é muito tarde para ligar, é? – pergunto rapidamente.
- Não, claro que não... eu estava esperando que você ligasse – ela admitiu. Eduardo pode sentir que as maçãs do rosto de Sandra estavam mais coradas do que nunca, pois ele sabia o quão tímida ela era. Enquanto isso, Sandra sentia seu rosto esquentar com o vermelho aparecendo. Ambos os corações aceleraram. Muito!
- Diga aí, - Eduardo tentou ser o mais descontraído possível – como foi o teu dia?
- Bem... Até meu pai me falar que quer conversar com você. – um toque de sarcasmo enchia a sua voz quando Sandra falou. Ainda assim, ela estava ansiosa com a resposta que viria.
“O QUÊ?!” quase saiu da boca de Eduardo (seguido de alguns chingamentos), mas ele se segurou para não constranger a mulher que estava do outro lado da linha. Ao invés disso, ele apenas disse: - Eu já esperava e ele está certo...
- Papai disse pra combinar de você vir aqui. – era difícil para Sandra dizer aquilo. Ela sabia que seu pai não faria nada contra Eduardo (a não ser que ele “pedisse”), mas também sabia como o rapaz se sentiria com o provável interrogatório que viria.
- O quanto antes melhor!
Antes que pudesse refletir no que estava falando, Eduardo juntou as palavras numa frase que nunca diria se tivesse pensado antes. Isso surpreendeu aos dois de uma forma diferente.
Mais um silêncio tomou conta da ligação. Sandra perdera a fala com a resposta de seu amado, enquanto Eduardo não sabia com completar aquilo que acabara de dizer.
Como se fossem um só e com um calor desumano na voz eles disseram:
- Te amo!
A voz forte de Eduardo se sobressaiu, claro, em relação à voz fina de Sandra. Mas a combinação que elas fizeram foi o que chamou a atenção de ambos. Era como se toda uma composição tivesse sido entoada por eles com tanta perfeição que os críticos aplaudiriam em pé. O ritmo marcado com precisão e a tonalidade adotada por ambos formaram uma obra prima.
Eles sorriram.
Não havia mais nada a ser dito, não por telefone. Uma simples despedida foi trocada e eles desligaram seus respectivos telefones. Desejando que o tempo fosse amigo o suficiente para que a hora do reencontro chegasse logo.
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Mais um, para manter os posts atualizados! =D

Agradecimentos aos meus patrões, pois usei os nomes deles (mas ele nem sabem =x)

PARABÉNS, ANGÉLICA!
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Para ser sincero, o texto saiu completamente do que eu queria no começo, mas eu gostei mesmo assim. Depois faço um seguindo a ideia original e posto aqui.

3 comentários:

Angélica Sanches disse...

nossa! Que romantico esse telefonema :)
Uma das melhores histórias :)
gostei :)
brigada Fer :) Deus abençoe sua vida sempre
beijos

Letícia Novelli disse...

Nossa! tem que ser o Fernando para usar o nome do patrão mesmo né
asuashuasuhashuasuhashusauh
mas ficou muito lindinho...

Anônimo disse...

Nossa Nando, quando Amor em seus textos ;D
Gostei demais desse. Meus parabéns!
Está muito criativo e encantador ;]
Continue assim caro amigo ;D
beijo (Amanda)

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