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Conto - Parte II. Renascimento

“Ele está vivo!” pensou Letícia naquele momento. Ela estava muito chocada com o que via, não conseguia para de pensar: “Então a lenda é verdadeira...”.

Quando o telefone tocou, foi Jéssica quem atendeu. Ela era a secretária do museu, uma mulher de vinte e dois anos de idade, loira com olhos verdes (e um olhar simpático), baixa e de pele clara, tinha uma voz meiga e cativante e quando sorria era um sorriso grande e afetuoso. Jéssica era também a melhor amiga de Letícia.
- Lê... – chamou ela. – telefone pra você.
- Ah, obrigado. – agradeceu Letícia. – Quem é?
- Um menino chamado Fernando.
- Fernando... – Letícia tentava se lembrar quem era esse menino. – Fernando?!
Quando ela se lembrou do menino que a pouco mais de uma semana estivera naquele museu com a turma do Colégio Machado de Assis, seus pequenos olhos mestiços – traços que herdara da família japonesa de seu pai – se arredondaram com o espanto.
- Hãn... Alô?
- Letícia? É você a instrutora que guiou minha turma durante a visita que agente fez aí? – a voz do outro lado variava muito o timbre enquanto eram pronunciadas as palavras, variando entre uma doce voz infantil até uma voz grave de homem formado. Efeitos da puberdade, conclui Letícia.
- Ah, sim. Sou eu! – ela respondeu com calma. – O que deseja?
- Lembra aquele trabalho que a professora Cristina passou aí dentro?
- Claro, lembro. O que tem ele?
- Preciso da sua ajuda. Coisa rápida. – pediu o menino. Parecia muito necessitado de ajuda, como se aquilo valesse uma vida.
- Nossa. Parece importante... claro, eu ajudo! Do que precisa?
- Minha ideia é a seguinte: apresentar as características do cavaleiro e da princesa com bastantes detalhes. Tem como me ajudar? Passar essas características e eu ir aí ver a imagem do cavaleiro e do cavalo também pra poder escrever no trabalho... Por favor!
- Claro. Diga quando você virá aqui, que eu te ajudo a escrever!
- Muito obrigado! Estarei aí no sábado de manhã. Tudo bem?
- Combinado então. Eu geralmente chego às 9:00 no sábado, ok?
- Ok! E muito obrigado, de novo!
- De nada...
Ela desligou o telefone e olhou para a amiga. Letícia ainda estava surpreendida com o menino que a buscou para o trabalho e parecia que Jéssica não estava compreendendo muito o quê ocorrera. Com uma rápida explicação, Letícia colocou a amiga no assunto e voltou ao trabalho, pois o museu estava estranhamente lotado. Fazia muito tempo que tantas pessoas não procuravam aquele lugar.

Nada demais ocorreu naquela semana para Letícia. A vida continuava a mesma, os estudos estavam cada vez mais pesados (agora com um novo trabalho no qual deveria falar sobre Artistas Renascentistas e suas Tendências) e ainda tinha o trabalho no Museu de arte.
Sempre que podia, ela visitava o Santuário do Cavaleiro – uma escultura de pedra de um cavaleiro deitado, com sua espada sobre o corpo e um grande elmo bem detalhado em pé, ao lado da cabeça do homem –, pois adorava a lenda que o envolvia. Ela enchia seu coração com emoções desiguais. Letícia também havia descoberto novas versões para a lenda e lera cada uma delas várias vezes. Era algo que a envolvia de várias formas inexplicáveis. E estava preparando uma boa descrição para ajudar o menino Fernando que voltaria no sábado para conversar com ela sobre a lenda. Além disso, criou uma forma de relacionar o Santuário ao seu trabalho universitário, pois a escultura possuía várias das características daquela época, tais quais: a proporção com a realidade e a representação do homem como ele realmente era.

Na sexta-feira, Letícia e Jéssica combinaram de ir ao Music, um barzinho que abrira recentemente e estava sendo alvo de vários comentários entre a juventude londrinense. Como Jéssica dirigia, ela passou para dar uma carona para Letícia.
Letícia decidiu se vestir com um vestidinho que ela ganhara de seus pais no último Natal. Era uma peça singela, na cor azul-marinho e com alguns detalhes mais claros na barra, que ficava alguns milímetros acima do joelho de Letícia. Soltou parte do cabelo naturalmente liso – outra herança que recebera dos orientais – e com a outra parte fez um pequeno coque por cima, seguro por um fino hashi tão preto quanto seu cabelo e detalhado com o desenho de um dragão prata. Nos pés, levava uma sandália que deixava seus meigos pés e suas unhas vermelhas a mostra.
Jéssica, por sua vez, vestiu uma blusinha verde finamente decotada e um jeans azul escuro com alguns strass nos bolsos. Ela deu uma valorizada em seus olhos também verdes, passando um lápis em volta. Suas unhas estavam numa cor de renda simples, mas muito bela. Em cada orelha havia um brinco de prata, com o formato de uma gota de lágrima e seus lábios brilhavam em contraste com sua pele clara. Ela concluía seu visual com uma bela pulseira igualmente prata que levava alguns pingentes em seu braço esquerdo.
Não demorou muito e logo estavam na Avenida Tiradentes, onde ficava o Music.
O barzinho era um lugar alegre, com cores vivas nas paredes e muitos pôsters de bandas de todos os lugares do mundo (a maioria muito famosa). Um grupo formado por quatro homens e uma mulher fazia o ambiente ficar harmonizado com uma música muito pesada enquanto, do lado direito da banda, um outro grupo, um trio de mulheres, aquecia as vozes e preparava os instrumentos para subir ao pequeno palco que ficava bem no centro do bar. Ao redor dele, várias mesas estavam dispostas e alguns garçons uniformizados de camisetas vermelhas, e calças pretas perambulavam entre elas, levando, na sua maioria, cervejas e porções de carnes para os clientes. O Music estava lotado, sobrando apenas algumas poucas mesas vazias, duas ou três pelo que Letícia pôde ver.
As duas decidiram sentar-se a uma mesa no canto direito do bar, distanciadas do palco para que o volume alto não as deixasse perturbadas. Sem demora, veio até elas um rapaz alto, de ombros largos, cabelos escuros como o breu, ele tinha a pele bronzeada ao melhor estilo de um surfista do Hawaii. O rapaz foi até elas com um enorme sorriso no rosto, que mostrava seus dentes brancos de neve. Era o garçom que iria atendê-las.
- O que desejam? – perguntou enquanto pegava no bolso um palm-top para anotar os pedidos.
- Por enquanto só uma Coca. – respondeu Jéssica sem tirar os olhos do rapaz.
- Eu também, por favor. – disse Letícia, não menos interessada. Depois de alguns segundos, o garçom se dirigiu para a adega, que ficava ao lado da porta para a cozinha, no lado oposto do bar, deixando as meninas suspirando atrás dele.
As duas conversaram um pouco sobre o garçom e outros temas importantes, dividiram uma tábua de picanha com acompanhamentos e uma farta salada verde.
Infelizmente, ambas teriam que trabalhar no sábado – Letícia no museu e Jéssica em uma empresa de construções civis, que era seu outro emprego. – e acordariam cedo, por isso decidiram deixar o Music pouco antes da meia noite. Após uma breve viagem, Letícia desceu do New Fit vermelho de Jéssica e entrou em seu apartamento na Rua Professor Samuel Moura.
Letícia viu Fernando chegar no horário marcado e logo eles começaram uma conversa sobre o Santuário do Cavaleiro, cada um dizendo coisas novas para o outro. Com isso eles perceberam a riqueza e a variedade de lendas que envolvia o cavaleiro e discutiram um pouco sobre qual seria a original.
- O que está escrito ali? – perguntou o menino, apontando para uma escrita antiga que estava gravada ao pé do cavaleiro.
- Ah, aqui? – disse Letícia enquanto se agachava e acariciava as letras. – Está em grego. É algo como “Ao Senhor da Justiça. Que a paz reine em seu coração!” ou algo do tipo. Não lembro agora.
- Legal! Aposto que serei o único a ter isso no trabalho!
Fernando fez algumas anotações em seu caderno e voltou seu olhar para o cavalo. Ele era marrom, tinha um brilho na pelagem que cegava se ficasse olhando para ele muito tempo. Seus músculos pareciam fortes e rígidos e sua crina era tão longa que cobria todo o pescoço do animal do lado em que estava caído. Sua sela era detalhada com várias jóias em muitos tons de vermelho e havia as mesmas palavras gregas inscritas no cabresto. Mas o que realmente chamava a atenção era que todas as partes metálicas, inclusive as ferraduras, eram de prata.
- A prataria é lustrada sempre, por isso brilha tanto. – Comentou Letícia. – Hmmm... Uma coisa que acho que você não vai precisar, mas eu gosto é que dizem que há um único violino no mundo no qual o arco foi feito com a crina desse animal, e que essa foi a única vez que ele teve sua crina aparada. Mas cada pessoa que conheço aponta um violino. Sinceramente, não sei em qual acreditar...
Eles seguiram conversando sobre o cavaleiro após uma rápida explicação de Letícia sobre qual a função da crina de um cavalo em um violino. Após longas horas de conversa, Fernando fez uma pergunta que pegou Letícia desprevenida:
- Como você acha que era o nome dele?
- Por essa eu não esperava! Sinceramente, não sei. Eu já li inúmeros nomes em vários lugares, cada um mais improvável que o outro. Já criei e abandonei minhas próprias idéias sobre isso. Mas por que quer saber isso? Você mesmo pode dizer o que acha!
- Eu queria a sua opinião. Não sei por quê, mas desde que vi essa escultura me veio na mente o nome “Bartô”.
- Bartô? – repetiu Letícia.
Houve um segundo de silêncio.
Barulho de pedra se chocando.
Quando eles se viraram para o Santuário novamente, havia uma forte luz roxa saindo de onde estavam os olhos do cavaleiro. Um pouco depois, uma luz vermelha saiu de cada olho do cavalo.
Letícia sentiu o tempo parar ali.
Fernando estava com os olhos fechados por causa da claridade.

Tudo fora muito rápido, ao ponto de nenhum dos dois conseguir traduzir o que ocorrera.

Quando percebeu, Letícia estava olhando para um belo homem, de ombros largos, cabelos curtos e de cor castanho escuro. Os olhos dele eram caramelo e passavam uma ideia de grande poder. Seu rosto estava numa expressão de dúvida, mas não perdia a grandeza. Suas vestes eram bem diferentes das normais, além de estarem muito gastas. Ele estava acariciando o pescoço de um belo e forte cavalo marrom, com o qual conversava quase num sussurro, mas isso não impediu Letícia de ouvir aquela grossa voz. Eram palavras de consolo, mas era o homem quem chorava.
“Ele está vivo!” pensou Letícia naquele momento. Ela estava muito chocada com o que via, não conseguia para de pensar: “Então a lenda é verdadeira...”.
Continua...
.
.
Cara... esse deu trabalho pra sair x.x


Mas, antes de mais nada, devo agradecer ao pessoal que me incentivou (a maioria cobrou) a continuar esse conto! Muito obrigado
Em especial, um MUITO OBRIGADO à duas meninas que salvaram minha pele na tarde de sexta, enquanto fazia alguns a maior parte da história.
Thais Ap. e Ivanna, vocês são demais! *-*


Nessa segunda parte eu tentei dar mais foco na descrição das personagens e cenários, o que passou batido na primeira. As meninas eu imaginei parecidas com duas amigas minhas (quem adivinha quais são?) e os rapazes eu viajei mesmo, lembrando de desenhos animados e filmes sem graça.


Espero não demorar tanto com a terceira parte, mas isso só o tempo dirá...
E então espero que tenham gostado desse novo conto =D

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Conto - Parte I. A Lenda de Bartô

- Tu não escaparás, bruxa! – bradou o cavaleiro. – Liberte-a!
Nem bem terminou de pronunciar tais palavras, um jogo de luzes roxas e vermelhas tomou sua visão. Ele lutou bravamente contra aquela força desconhecida, mas não resistiu e, aos poucos, foi se entregando à escuridão total.



- Este é o Santuário do Cavaleiro. – disse Letícia apontando para uma espécie de túmulo, onde a imagem perfeita de um homem estava petrificada. – Como podem ver, as roupas que o cavaleiro usa estão gastas, para simbolizar as muitas lutas que esses homens passavam em prol de seu rei.
Um menino de aproximadamente 12 anos ergueu a mão e Letícia deixou que ele perguntasse:
- É verdade que há uma lenda sobre esse cara?
- Sim, é verdade, mas não posso dizer que ela seja verdadeira, já que é uma lenda. – disse Letícia, lendo os pensamentos do menino.
Logo vários meninos e meninas da turma começaram a pedir que ela lhes contasse a lenda. Após receber um sinal positivo da professora da turma, Letícia começou:
- Tudo bem! Eu conto – disse ela por fim (“Oba!” – “Isso aí!” – exclamaram os alunos em sequência) – Reza a lenda que este foi o melhor cavaleiro que o rei Thor III teve durante todo o seu reinado. Nenhum homem ou monstro era capaz de derrotá-lo, desde que as causas da batalha fossem justas.
“O rei sabia das condições e por isso não mandaria o cavaleiro fazer nenhum trabalho sujo. Ele tinha medo de que seu mais valoroso homem fosse perdido por uma falha sua.”
“Anos se passaram, o rei ficou cada vez mais poderoso e temido pelos seus inimigos, que conheceram as lendas sobre este cavaleiro rapidamente. O reino viveu em paz, pois todos sabiam que a justiça existia pelas mãos do mais nobre cavaleiro...”

- Qual era o nome dele? – perguntou uma menina, corando rapidamente com vergonha de sua intromissão.
- Ninguém sabe dizer. – disse Letícia de uma forma teatral ao ponto de impor respeito (ou medo) em alguns pequenos rostos ali presentes. – Continuando:

“O reino era próspero, muitos queriam ir morar lá e mau nenhum conseguia penetrar as fronteiras, pois o cavaleiro com seu fiel cavalo” – ela apontou para um cavalo empalhado que estava próximo ao Santuário, numa pose de combate. – “varriam o reino e expulsavam a maldade.”.
“Depois de muito tempo combatendo a favor de seu rei e de seus princípios, o cavaleiro se deparou com algo que nunca sentira antes: a solidão. Ele tinha bons amigos, inúmeros companheiros de aventuras e muitas mulheres que queriam se casar com ele, mas nada disso impediu que a solidão invadisse seu peito e começasse a pressioná-lo de forma cruel e covarde.”
“Quando o rei percebeu o que afetava seu cavaleiro e amigo, ofereceu-se para encontrar a mulher ideal a quem o nobre cavaleiro pudesse entregar seu coração. Rei Thor III chegou a oferecer a única filha que tinha, a princesa Aurora, já que ela era a mulher mais bela de todo o reino. A princesa aceitou de bom coração, pois sabia que o cavaleiro era um ótimo partido e a faria infinitamente feliz.”
“Quem não aceitou foi o próprio cavaleiro, porque conhecia a princesa e sabia que por trás de tanta beleza se escondia uma enorme arrogância e um coração muito podre! Sendo ele um cavaleiro da justiça, jamais conseguiria viver ao lado de uma mulher que não preza pelos mesmos princípios que ele. ‘A beleza não é tudo que preciso, meu rei.’ foi o que ele respondeu quando recebeu a proposta de casamento.”
“O rei entendeu seu amigo e propôs que todas as mulheres do reino fossem trazidas para o castelo, a fim de que o cavaleiro pudesse conhecê-las e encontrar em alguma o amor que buscava. Novamente Thor III estava errado quanto os desejos de seu amigo. Depois desses erros, o rei compreendeu o que se passava no coração de seu amigo.”
“Sem demora, Thor III permitiu que o cavaleiro saísse em viagem e seguisse as ordens de seu coração. Mais rápido ainda, o cavaleiro saiu com seu fiel alazão e deixou que o destino guiasse seus passos.”
“A princesa, tomada de ódio pela rejeição que sofrera, seguiu os passos do valoroso cavaleiro. Ela estava disposta a pagar qualquer preço para que pudesse vingar tamanha vergonha que o cavaleiro a fizera passar. Ela estava cega, pois nunca tinha sido rejeitada antes, nem o seu menor desejo havia sido negado.”
“O cavaleiro andou por todo o reino sem perceber que estava sendo seguido pela princesa. Conheceu mulheres, fez novos amigos, ajudou pessoas necessitadas, fez tudo que o destino colocou em sua frente, pensando que pudesse ser o caminho para o amor verdadeiro que ele logo encontraria.”
“Mas o amor dele nunca apareceu e depois de dois anos de busca ele resolveu voltar para o castelo, pois o rei certamente estava precisando de seus serviços. Porém nesse tempo a princesa se envolveu com pessoas de todos os lugares, boas e ruins. Aprendeu a ser mais companheira e também a se virar com bruxarias. Aprendeu a amar e a odiar mais a cada dia. Ela se tornara uma mulher muito boa, mas uma bruxa muito má ao mesmo tempo.”
“Quando estava próximo ao castelo, o cavaleiro encontrou uma mulher que não reconheceu. Ela vestia roupas pretas como a noite, mas era bela como o amanhecer do dia. Ela ostentava muito poder em sua face e tinha um sorriso malicioso. O cavaleiro então pensou: ‘Será que minha busca me trouxe a esta diferente mulher?’”
“A mulher foi ao seu encontro e cumprimentou-o. Ele, sendo um cavaleiro, cumprimentou-a e eles se perderam em uma longa conversa sobre a jornada do cavaleiro. Mas nenhum dos dois dissera seu nome.”
“Quando entrou no castelo, foi recebido pelo seu amigo rei Thor III enlutado. Ao questionar o que houvera acontecido para que o luto tomasse o castelo, o cavaleiro recebeu a notícia de que a princesa Aurora fugira logo depois de sua viagem e que o rei esperava que ele tivesse notícias dela.”
“Chocado e se culpando pela fuga da princesa, o cavaleiro se ajoelhou e prometeu ao amigo-rei: ‘Meu senhor, peço perdão e reconheço a culpa por essa ocorrência, mas prometo: só volto a pisar em vosso castelo desde que a princesa Aurora aqui esteja, sã e salva! E se o pior aconteceu, eu buscarei e protegerei sua alma, onde quer que ela esteja!’. O rei ficou maravilhado com o nobre ato do valoroso cavaleiro e decidiu não intervir em seus pensamentos novamente, permitindo que ele seguisse em outra viagem. O rei apenas disse: ‘Meu amigo, levanta-te, pois falo a ti como irmão que sempre quis ser. Agradeço os teus atos e não te impedirei! Apenas te peço uma coisa: tomes cuidado, pois não sabemos o que tomou o coração de minha jovem Aurora e temo por isso.’”.
“Sem tardar, o cavaleiro saiu do castelo e foi para a taverna mais próxima, com o objetivo de dormir aquela noite e sair descansado antes do amanhecer.”
“Para sua grande surpresa, a mulher que conhecera o esperava na porta da taverna e antes de qualquer coisa ela lhe disse: ‘Não precisas buscar mais, nobre cavaleiro. Cá estou eu! A jovem princesa Aurora a ti se apresenta’. A mulher disse isso e tirou as vestes pretas que cobriam seu corpo, revelando as roupas de princesa que ela usara no dia em que o cavaleiro recusou a oferta de casamento que o rei lhe propusera.”
“Isso foi um grande choque para o cavaleiro, que só pôde pedir:”
- Por favor, minha princesa, volte para seu pai, pois ele necessita!
- Só farei o que me pedes, se tu fizeres o mesmo. Tenho um pedido. – respondeu a princesa, exibindo um doce sorriso no rosto.
- O que eu puder fazer pelo meu amigo, eu farei. – prometeu o cavaleiro, sem pensar nas palavras que pronunciou.
- Peças ao meu pai que te conceda minha mão em casamento. – disse Aurora, com uma malícia que assustou o nobre cavaleiro.
“O cavaleiro abaixou a cabeça, pois não conseguia olhar para aqueles olhos que lhe falavam e pronunciou num sussurro:”
- Não posso. Perdão!
“Tomada por uma raiva crescente e com seus novos poderes aflorando em seu peito, Aurora não conseguiu se segurar e explodiu de raiva. Uma aura cinzenta e brilhante cobriu o seu corpo, seu rosto foi coberto por um véu roxo e sua voz saiu distorcida quando ela gritou:”
- POR QUÊ?
- Não posso fazê-la infeliz, mi lady! – disse o cavaleiro. Ele não sabia o que estava acontecendo com a princesa, era diferente de tudo que ele já vira antes ou combatera.
“Não sabendo como tratar aquilo que a jovem princesa sofria, mas com a certeza de que ela era incapaz de ser maligna, o cavaleiro continuou o diálogo crendo que ainda conversava com a Aurora que conhecia.”
- Confesso que esses dois anos deixaram-te ainda mais bonita, princesa Aurora. E a conversa que tivemos provou que seu coração foi modificado, aparecendo inúmeros adjetivos a mais que possam qualificá-la como uma ótima mulher, mas o que está acontecendo contigo agora, mi lady Aurora?
“O véu que cobria o rosto da jovem princesa desapareceu e o seu rosto tornou a ser sereno e calmo. Ela sorriu com simplicidade e timidez para o cavaleiro que logo reconheceu naquele sorriso a verdadeira herdeira de seu amigo Thor III.”
- Continuas o mesmo de sempre, cavaleiro. – disse ela com sua doce voz de volta. – Mas minha condição não mudou, ainda que seus atos sejam tão nobres.
- Não posso, princesa. – disse o cavaleiro com dor no coração, baixando a cabeça outra vez.

- Essa história não tem fim, não? – perguntou o menino de maior estatura do grupo.
- Cala a boca, Fernando! – disse outro.
- É! Deixa ela contar! – falou uma menina.
- Termina, moça. – pediram outros tantos.
- Silêncio, pessoal! – disse a professora. – Ou Letícia não poderá terminar a história...
A turma toda ficou em silêncio, até Fernando, o menino que interrompera a narração, ficou quieto ao ouvir a voz da professora.

“A princesa foi tomada novamente por aquela energia raivosa que a cercou antes e o cavaleiro pôde enfim perceber que sua lady não era mais a mesma. Ele decidiu que deveria tentar libertá-la para o bem dela mesma. Tomado por sua coragem e bradando sua espada ele decidiu combater o mal que aflorava da princesa.”
- Tu não escaparás, bruxa! – bradou o cavaleiro. – Liberte-a!
“Nem bem terminou de pronunciar tais palavras, um jogo de luzes roxas e vermelhas tomou sua visão. Ele lutou bravamente contra aquela força desconhecida, mas não resistiu e, aos poucos, foi se entregando à escuridão total.”
“O rei Thor III encontrou o cavaleiro assim como vemos hoje e reconheceu que ele merecia muitas honrarias. Assim, o rei mandou que empalhassem seu cavalo – que também fora atingido pelo jogo de luzes – em uma posição de combate e criarem um altar em que o cavaleiro petrificado pudesse descansar em paz.”
“Para concluir, o rei ordenou que todos do reino ocultassem o nome do cavaleiro, crendo que só uma pessoa de bom coração, capaz de salvar a alma do jovem para sempre fosse capaz de pronunciá-lo no momento certo. Por isso ninguém sabe o nome do cavaleiro até hoje.”
“Também ninguém nunca soube o que aconteceu com lady Aurora, nem mesmo o rei que pediu buscas por todos os lugares da terra.”

Aplausos se seguiram após o término da bela e dramatizada narração de Letícia. Algumas crianças cochichavam comentários sobre a lenda e criavam prováveis fins para a princesa-bruxa.
Depois de um pequeno intervalo, a professora pediu silêncio e anunciou:
- Ok, turma. Já que todos gostaram da lenda, quero que produzam uma redação contando-a novamente e criando um fim para a princesa. E valerá nota!
Muitos reclamaram da tarefa dada. Quando o pequeno caos foi controlado, Letícia voltou a mostrar o museu para os alunos ali presentes, seguindo para o próximo bloco de obras, réplicas e originais de Michelangelo e outros renascentistas.
Continua...
.
.
"Ideias a mil!" ueheuhe
Rapaz, esse texto ficou grande! x.x
Aqui no blog ele parece maior ainda... Mas minhas ideias para ele vão além disso. MUITO ALÉM...
O nome usado para o aluno Fernando não é por acaso. Quando estava escrevendo achei que nunca chegaria ao fim... euheuheuhe
Alguma sugestão para a próxima parte?
Parte II. Renascimento.

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Carta - Um pouco de drama.

As palavras estão me fugindo nesses dias.
Sim, parece que elas não mais querem saltar para o papel. Parece que elas não gostam mais de mim o suficiente para, juntos, formamos frases e pequenos textos que agradem a mim mesmo. – não sei se os textos agradam as palavras que neles estão, já que nunca conversamos sobre isso...

Enfim, preciso de uma ajuda para voltar a escrever decentemente!

E não é segredo para ninguém que minha inspiração é apenas uma, apesar de que eu mantenha em sigilo a identidade da musa. E o continuarei fazendo, principalmente agora.

A musa que tem os mais fortes e belos olhos que já vi. A mulher mais indescritível que conheço e a que cada vez mais me surpreende. A menina que enche meu coração de alegria e que me faz sonhar acordado. “A única que me faz compor.”

Talvez eu esteja perdendo a prática, ou talvez seja essa saudade que eu sinto!

A falta que aquela musa me faz chega a ser cruel.
A dor que sinto ao pensar nela é maior do que suporto.
Não paro de pensar nela... Naqueles olhos que me enfeitiçaram numa noite e que não consigo esquecer.
Meu coração inflama com uma simples lembrança.
Tudo me lembra ela!

Nos momentos bons eu lembro daquele sorriso tímido que ela sempre solta antes de corar um pouquinho. Lembro também de um momento em especial, um em que olhamos um no olho do outro, sem palavras e sem malícia, mas em que meu coração disparou de alegria e esta foi a melhor sensação que tive até então.
Nos momentos ruins eu me lembro de como era bom estar todas as manhãs ao seu lado e de como o mundo não importa se ela está por perto. Eu tento me lembrar daquela voz que me acalma e acelera meu peito...

... não ouvir a verdadeira dona da voz está me matando.

Se eu sobreviver a tudo isso, farei com que não seja em vão o meu sofrimento.
Se eu conseguir transformar todo esse sofrimento em alegria, irei dividi-la com a minha amada.
Se esses dois sonhos se realizarem, serei feliz.

Mas chega de drama! Quando chegar a minha casa, eu queimo esses papéis e tento sentir nas chamas o calor que me falta.
Quem sabe não funciona?

Talvez a felicidade esteja próxima de mim e eu que não sei como alcançá-la.
Espero que minha musa me ensine a conquistá-la...
.
.
Pra começo de conversa: Não! Não copiei do livro Lua Nova a ideia de "... não ouvir a verdadeira dona da voz está me matando.", ok? xP
Esse eu gostei, mas acho que poderia ter ficado melhor. Pra mim, faltou algo no texto... =/
O que acham?

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Prosa

Cansei!
Verdadeiramente eu cansei... cansei de ser eu mesmo sempre, de não mudar. Não quero mais seguir essas regras de educação que ganhei dos meus pais. Cansei de viver essa vida do meu jeito. Cansei dos meus amigos lembrando de como eu era e dizendo que não mudei nada em todos esses anos, dos meus parentes que nunca vejo dizendo que eu sou o mesmo da última vez... ARGH! Cansei!
Cansei do meu mundo!

Quero viver de outro jeito, pelo menos uma vez. Tenho o direito de querer ver o mundo com outros olhos, de “sair da linha”, de abusar do meu eu oculto em mim. Quero explorar os meus talentos inativos e que me são desconhecidos; saber o que os outros pensam de mim – apesar de que isso pouco me importa! –; saber quem sou, quem nunca fui ou nunca serei. Eu tenho esses direitos! Direito de ser outra pessoa quando bem entender!
Não tenho?

Só não cansei de lhe amar!
E queria ver o mundo com os seus olhos...

Queria poder entrar em sua mente e desvendá-la sozinho; conhecer suas memórias e segredos; saber dizer-lhe as coisas que você mais gosta de ouvir.
Queria entrar em seu coração e conhecer todas as suas emoções; encontrar seus sentimentos mais reservados; saber o que está sentindo no momento em que lê essas poucas palavras.
Queria matar essa saudade que me consome!
Queria ser mais do que um amigo...
Queria... QUERO!

Talvez assim eu passasse a conhecê-la de verdade.
.
.
Faltou criatividade para o título e nem sei como classificar esse texto... xP

Estou postando do escritório. *sem nada pra fazer aqui* ¬¬'

E só para constar e ninguém ficar assustado com as minhas palavras aí: ALGUNS sentimentos são reais, outros não! Mas não preciso especificar quais são reais e quais não são... com todo respeito, isso é problema meu ;D
*tô chato hoje!" xP~ euheuheuheuhe

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Conto - Telefonema

“O que será que eu devo falar quando ela atender” pensou Eduardo com o celular na mão. Ele estava muito nervoso, pensando no que estava prestes a fazer. Outras mil coisas passaram sobre sua mente, refletindo se já não era tarde demais para ligar, se ela ia gostar do telefonema, se D. Sylvia, mãe dela, não ficaria brava ou, pior, se o Sr. Reinaldo, o pai, atenderia e começaria um questionário sobre a vida de Eduardo seguido de um sermão falando sobre boas intenções e respeito à pequena Sandra.
Cheio de incertezas, mas com uma coragem sem igual – e que ele não saberia dizer de onde veio –, Eduardo discou o número certo e esperou.
A cada tu que o aparelho fazia seu coração acelerava mais um pouco.
Tu... “Ela não vai atender”
Tu... “Será que já está dormindo?”
Tu... “Eu vou ter um infar...”
- Alô? – disse uma voz do outro lado da linha. Era suave como a brisa na primavera, tinha um toque de ansiedade presente e uma malícia incerta que fez com que Eduardo a identificasse na mesma hora.
Ele respirou fundo, mas tudo o que conseguiu dizer foi:
- Tudo bom, Sandra?
Ela suspirou, reconhecendo a voz de Eduardo. Um pequeno silêncio tomou conta do telefonema, até que Sandra pudesse voltar a si e responder.
- Ah, sim... – disse timidamente. – claro e você?
- Também estou. Não é muito tarde para ligar, é? – pergunto rapidamente.
- Não, claro que não... eu estava esperando que você ligasse – ela admitiu. Eduardo pode sentir que as maçãs do rosto de Sandra estavam mais coradas do que nunca, pois ele sabia o quão tímida ela era. Enquanto isso, Sandra sentia seu rosto esquentar com o vermelho aparecendo. Ambos os corações aceleraram. Muito!
- Diga aí, - Eduardo tentou ser o mais descontraído possível – como foi o teu dia?
- Bem... Até meu pai me falar que quer conversar com você. – um toque de sarcasmo enchia a sua voz quando Sandra falou. Ainda assim, ela estava ansiosa com a resposta que viria.
“O QUÊ?!” quase saiu da boca de Eduardo (seguido de alguns chingamentos), mas ele se segurou para não constranger a mulher que estava do outro lado da linha. Ao invés disso, ele apenas disse: - Eu já esperava e ele está certo...
- Papai disse pra combinar de você vir aqui. – era difícil para Sandra dizer aquilo. Ela sabia que seu pai não faria nada contra Eduardo (a não ser que ele “pedisse”), mas também sabia como o rapaz se sentiria com o provável interrogatório que viria.
- O quanto antes melhor!
Antes que pudesse refletir no que estava falando, Eduardo juntou as palavras numa frase que nunca diria se tivesse pensado antes. Isso surpreendeu aos dois de uma forma diferente.
Mais um silêncio tomou conta da ligação. Sandra perdera a fala com a resposta de seu amado, enquanto Eduardo não sabia com completar aquilo que acabara de dizer.
Como se fossem um só e com um calor desumano na voz eles disseram:
- Te amo!
A voz forte de Eduardo se sobressaiu, claro, em relação à voz fina de Sandra. Mas a combinação que elas fizeram foi o que chamou a atenção de ambos. Era como se toda uma composição tivesse sido entoada por eles com tanta perfeição que os críticos aplaudiriam em pé. O ritmo marcado com precisão e a tonalidade adotada por ambos formaram uma obra prima.
Eles sorriram.
Não havia mais nada a ser dito, não por telefone. Uma simples despedida foi trocada e eles desligaram seus respectivos telefones. Desejando que o tempo fosse amigo o suficiente para que a hora do reencontro chegasse logo.
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Mais um, para manter os posts atualizados! =D

Agradecimentos aos meus patrões, pois usei os nomes deles (mas ele nem sabem =x)

PARABÉNS, ANGÉLICA!
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Para ser sincero, o texto saiu completamente do que eu queria no começo, mas eu gostei mesmo assim. Depois faço um seguindo a ideia original e posto aqui.

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Poesia - Sentidos

Dias...


Há dias que tudo da errado, parece que o mundo conspira contra nós e somos o centro da desgraça.

Graças a DEUS, há outros dias que podemos celebrar a alegria...


Hoje eu vivi e vi coisas belas o suficiente para levantar as mãos pro céu e agradecer!

“Obrigado, ó Pai!”


Meus olhos viram coisas belas, mas foi a minha mente que me mostrou o que eu queria ver.

Agora meus ouvidos anseiam pelo canto entoado por uma sereia.

Na minha respiração sinto o suave perfume de um corpo.

Minha pela grita pelo calor de uma mulher específica.

Minha boca quer encontrar o encaixe perfeito.


...uma lua vista em plena luz do dia, uma bela casa que estava ensolarada, um avião atravessando brancas nuvens... E, mais importante, ao fechar meus olhos pude ver dois olhos negros, fortes, alegres, brilhando como a lua cheia.

(Meus olhos viram coisas belas, mas foi a minha mente que me mostrou o que eu queria ver.)


Eu tento me lembrar do doce som daquela voz, mas reconheço que não é a mesma coisa que ouvi-la de verdade.

(Agora meus ouvidos anseiam pelo canto entoado por uma sereia.)


O cheiro que sinto no ar é distorcido, mas ainda assim posso reconhecer aquele que mais me agrada. Infelizmente, sei que ele está apenas dentro de mim.

(Na minha respiração sinto o suave perfume de um corpo.)


O frio que sinto não é causado por estações, é pela falta de um toque.

(Minha pela grita pelo calor de uma mulher específica.)


Minha sede não é reduzida quando os líquidos a adentram. Ela é causada por um desejo permanente de encontrar a única fonte capaz de saciá-la.

(Minha boca quer encontrar o encaixe perfeito.)


Havia um sorriso naquele olhar!

A voz que ouvia cantava minha música favorita!

Minha respiração ofegava e buscava o perfume ideal.

A pele que eu sentia era macia e quente!

Havia vida na água que provei!

“Obrigado, ó Pai!”


Tudo isso guardo em minha mente e em meu coração.


Pois meus sentidos, todos juntos, gritam um só nome. Se levantam contra mim mesmo para que eu busque saciar a vontade de cada um deles. Eles me forçam a aceitar o que meu coração já diz a um bom tempo!

.

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Agora voltarei a postar!

... de verdade!


Para começar, uma poesia que misturei várias formas... Romantismo e Modernismo, além de um pouco de Contemporâneo.

Versos brancos e livres como as estrofes...


Ah, eu gostei, e vocês?

2

Crônica - Ditos populares

Cada vez mais os ditos populares provam o seu valor e mostram o quão reais são. Vemos nos fatos atuais as verdades que o povo já pronunciava a tanto tempo e isso nos (a mim, pelo menos) indigna, por se tratarem de verdades que não deveriam esxistir em hipótese alguma.

Fatos como o acidente com o Airbus da AirFrance no nosso lindo litoral – ainda sem respostas para a causa – e as enchentes que estão ocorrendo em todo o Brasil – consequências do famoso aquecimento global – mostram a solidariedade de um povo sofrido, como o brasileiro, e nos ensina a sentir compaixão pelos outros. Várias pessoas estão ajudando aos que sofreram perdas devido a tais acidentes, todos juntos em busca de um bem em comum. Além disso, essas ocorrências nos mostram a possível união entre os muitos países desse mundo que vivemos. Afinal, é o que dizem: “há males que veem para o bem”, não é mesmo?!

Outro acidente que está ensinando muito nesses tempos difíceis é o de carro que envolveu um deputados estadual aqui do Paraná. Neste acidente, dois jovens estudantes perderam a vida e todos os seus sonhos. Depois de alguns dias, ficou provado que o deputado – único sobrevivente na ocasião – dirigia a aproximadamente 190 km/h, embriagado e, pra ajudar um pouco mais, com a CNH caçada. Isso é justo?

Tantas outras pessoas dirigem com a carteira caçada – inclusive ficou provado que muitos outros deputados entram nessa lista – e precisou que esse acidente acontecesse para o DETRAN ir buscar essas carteiras e barrar esses motoristas. É verdade o que o povo fala: “a justiça tarda mas não falha”!

Mas será que é realmente necessário que pessoas morram para as coisas começarem a funcionar nesse país? Quantos ainda morrerão em acidentes até o dinheiro público ser gasto no que verdadeiramente interessa, o bem estar de toda a população, ao invés de morrerem em paraísos fiscais?

Ah, desculpem, esqueci de uma coisa... Não há porquê nos preocuparmos! “Tudo aqui acaba em samba” mesmo...

.

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Depois de um mês sem postar, ou mais, não verifiquei, eu volto aqui com um crônica feita numa maravilhosa aula de biologia - perdão, Josiani, mas tava um saco a sua aula!

Sem muito o que dizer, espero comentários construtivos... =D

1

Soneto - Serenata

Eu com meu violão passarei aí
E cantarei meus versos para ti.
Sem pressa, calmo estarei no momento
Só para expressar o meu sentimento.

Olhos fechados, coração aberto,
Os lábios a mostrar o que é certo
Na incerteza que encontramos. Vivi
Nestes versos que eu só escrevi

Um amor sem qualquer comparação
Ah...! que dor eu senti naquele instante
Foi fogaréu meu pobre coração!

E foi daquele momento em diante
Que caí nessa gigante ilusão
Perdido como todo que é amante.
.
.
Preguiça de postar, ainda mais depois do resultado da eleição...
Mas não parei de escrever, não mesmo!

Meu primeiro soneto, espero que de muitos =D

Feliz Páscoa, povo! Que Jesus ressucite em suas vidas!

5

Dissertação - Nas mãos do londrinense

Londrina passa por uma difícil situação no momento, que deve ser resolvida amanhã: o candidato eleito na última eleição foi impugnado pela justiça. Para piorar a situação, os dois candidatos desse 3º turno têm seus problemas com a população, o candidato A, segundo colocado na última eleição, tem alto índice de desaprovação por parte da população regional da cidade e o candidato B tem a ficha suja, por tentativa de suborno. Além disso tudo, ainda há varios vereadores corruptos na câmara da cidade.
Com inúmeras denúncias, inclusive pela imprensa nacional, que mancharam a imagem da cidade num passado não muito distante, o candidato eleito foi impugnado pouco tempo antes de sua posse no dia 1 de Janeiro de 2009. Graças a justiça – que tardou muito em agir – a cidade viu-se livre de uma nova grande ameaça: ter seus caixas falidos mais uma vez por aqueles em quem depositou votos de confiança.
Após essa verdadeira lerdeza da justiça eleitoral, a cidade deve escolher o próximo candidato, que substituirá o atual prefeito interino. Aquele que ficou em segundo lugar nas eleições de 2008 sofre grande rejeição de uma das populações vizinhas, por ter feito uma péssima administração naquela cidade. Apesar de não ter nenhuma denúncia de corrupção, o canditado A leva em seu curriculum, desde muito jovem, esse mau causado na região. Mas, apesar destas coisas, o candidato tem ótimas referências, tanto no estado, onde já trabalho nas secretarias e fez bons mandatos, quanto na nação, onde trabalha como deputado e é autor de ótimas leis.
Para ajudar ainda menos, o candidato B sofre denúncias e seu histórico é manchado por corrupção. Jovem demais para a política, em seus 42 anos o candidato é tido como muleque e tem péssimas referências, como por exemplo, o apoio que deu ao candidato impugnado no segundo turno das eleições passadas e o apoio que recebe de deputados corruptos – apesar de não provada, a maioria da população acredita que sejam verdadeiras as denúncias sofridas por tais parceiros – e, em ambos os casos, o candidato B é tido como “pau mandado” dos demais políticos citados aqui. Mas também tem seus prós, como o deputado mais frequente na história do estado e conclusão de algumas leis estaduais pró-população.
E para fechar o circo, existe uma verdadeira trupe de vereadores dentro da câmara que fazem grande parte da população de palhaço. São verdadeiras batatas podres e já estão nesse saco há muito tempo, apodrecendo mais e mais os demais membros da câmara.
Com tudo isso apresentado, fica difícil saber qual a melhor opção. Apesar dessa dificuldade, eu já tomei minha decisão e amanhã cedinho estarei votando. Mesmo de decisão tomada e visão de um futuro melhor e mais honroso para esta cidade que tomei como lar, concordo que é difícil saber se voto em um corrupto ou em alguém que não faz muita coisa. A cidade perde nas duas, mas pode ganhar se o candidato eleito quiser mudar sua história política. Assim espero.

5

Conto - Num show.

Eu estava na frente do recinto onde seria o show do Juanes. Quando me dei conta, estava abrindo a porta para que Alice decesse.

Ela estava magnífica aquela noite! Um vestido vermelho, com um pequeno decote na frente e que deixava suas costas nuas. “Callente!” – como diriam nossos hermanos -. Os cabelos negros soltos, lisos no comprimento e ondulados nas pontas, o jeito que eu mais gostava que ela o deixasse. Não estava usando maquiagem, apenas um lápiz preto no contorno dos olhos, mas tão fraco que quase nem percebi, aliás, ela nem precisava de maquiagem, nunca precisou! Para completar, usava uma sandália de salto fino, também vermelha, que a deixava na altura dos meus ombros.

- Cuida bem dela, hein Matheus?! – disse Denílson, o pai dela, de dentro do carro.

- Pode deixar! – eu respondi, simplesmente. – Não consiguiria, nem se quisesse, tirar os olhos de você hoje, está linda! – falei ao ouvido dela, para que só ela ouvisse.

- Divirtam-se! – desejou-nos Angélica, minha sogra. – E juízo!

- Com certeza, mãe! – foi o que Alice disse.

Eles saíram e, só então, nós nos beijamos, como um comprimento.

Peguei as entradas na minha carteira, havia conseguido um par para os camarotes, graças a alguns amigos meus. Passamos pelos portões de acesso e nos dirigimos aos camarotes.

No meio do caminho, um muleque, no mínimo três anos mais novo do que eu, que tinha 17, assoviu quando passamos e tentou puxar Alice para o seu lado. Mesmo não conseguindo, aquilo fez o meu sangue ferver. Fiz que partiria para cima do rapaz, mas Alice me me impediu, dizendo que não valia a pena e que não poderíamos perder o show por conta de um pivete.

Ao menos, o inconveniente valeu alguns beijos de Alice, na frente do muleque. Ainda assim, gravei o rosto dele, – por precaução – não o deixaria chegar perto de Alice.

Continuamos nossa tragetória até os camarotes, percebi que o pivete nos seguia, de certo ele queria confusão, mas ignorei. Quando entramos em nosso camarote, ele havia sumido e nós dois estávamos sozinhos numa sala com duas cadeiras, um sofá de três lugares e um mini freezer, aberta para o palco, que ficava a poucos metros de distância.

- Enfim, sós! – foi ela quem disse!

- Está animada? – perguntei, apesar de saber a resposta.

- O que acha? Pareço empolgada?

- Nem um pouco! – afirmei, convincente, sabendo que era mentira. – Mas eu posso empolgá-la fácil, fácil...

A beijei. Demoradamente.

- Isso não me empolgou. – ela me disse, fiquei incrédulo. – Só o Juanes pode me empolgar agora... – eu percebi o tom de ironia em sua fala.

- Vai com ele, então, quando ele aparecer...

O clima era descontraído, naquela pequena sala. A espera não durou mais do que vinte minutos, ao som de uma banda brasileira cover de Bacilos. Foi o tempo de bebermos um refrigerante cada, nenhum de nós gostava de bebidas alcoólicas, e eu não a deixaria beber com dezesseis anos.

Assim que o cantor principal da noite entrou, ficamos em pé, a cerquei com os meus braços, à minha frente e disse:

- Melhor garantir que você não levará meu último conselho muito a sério.

Ela sorriu e encostou a cabeça em meu peito. Ficamos daquele jeito por várias músicas, apenas cantando-as juntos com o cantor. Na quinta ou sexta música, Es por ti, ela se virou, abraçou meu pescoço e começou a bailar no ritimo da máusica. Passei meus braços por sua cintura, a fim de deixá-la colada ao meu corpo e acompanhei seus passos, passando a guiá-la.

Ao término dessa música, eu deixei que ela se sentasse na cadeira. Foi aí que começou a soar a música Nada valgo sin tu amor.

Aproveitei o clima que a música trazia, me ajoelhei em seu lado e começei a cantar para ela, como se fosse uma declaração de meu amor por ela.

- Me hago fuerte quando estás aqui! – reforçei quando a música terminou.

Ela sorriu para mim e disse que me amava.

Aproveitamos o restante do show e já íamos embora quando a polícia chegou atirando em um grupo de malandros longe de nós, que respondeu com mais tiros.

Com o susto, puxei Alice para perto de mim e dei as costas ao tiroteio, protegendo-a com o meu corpo. Vi que ela tampara os ouvidos e fechara os olhos. Ela estava com uma expressão de pânico.

Foi tudo tão rápido que nem senti.

Alice deu um grito quando viu. Eu estava estirado no chão. Meu sangue escorria pelas minhas costas, onde a bala havia se alojado.

Alice estava aos prantos e eu não sabia como confortá-la. Tive medo, não por mim, mas por ela!

- Nada valgo sin tu amor! – ela me disse aos prantos.

- Calma, Alice! – foi o que consegui dizer. – Não se preocupe! “Me hago fuerte quando estás aqui”, lembra? Não vou...

O relógio despertou. Era oito horas da noite. Percebi que estava sonhando.

Lembrei de ter chego em casa e conversado com a minha mãe. Algo do tipo:

- Matheus, tem comida no microondas. – disse Fabi, minha mãe, quando eu cheguei em casa. – Se quiser, você mesmo esquenta!

- Tá, mãe. Obrigado. – agradeci. – Vou no meu quarto antes, estou morto!

Ela não respondeu, e nem precisava. Atravessei o corredor e entrei no meu quarto, estava morrendo depois do treino de basquete. O dia, no geral, tinha sido muito cansativo e eu ainda tinha um show para ir à noite!

Me joguei na cama depois de tacar o par de tênis em algum canto do quarto, o barulho e o meu estado faziam parecer que havia levado um tiro. Talvez por isso adormeci tão rapidamente...

Estava na hora de me arruma para ir ao show. E tinha certeza de que tudo daria certo, pois estaria com o amor da minha vida ao meu lado, aquela que me deixa forte! Não havia o por quê ter medo.

.

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Hoje não tem imagem, simplesmente porque não quero colocar a capa do CD do Juanes que contém essas músicas aqui.


Dois lembretes importantíssimos:

- Ontem, aniversário do Matheus! Um dia muito como outro qualquer!

- Amanhã, aniversário do Helder! O fim do mundo!

Sem maldade, pessoas importantes são esses dois!

4

Conto - Sonho.


- Ah, que saudades das minhas férias... – disse Carlos, para si mesmo, se recostando na cadeira e cruzando as mãos na nuca. - As melhores que tive, sem dúvida!

- Acorda, Carlos! – protestou Roberto. – Estamos no meio do expediente! Daqui a pouco o André chega, aí eu quero ver...

Carlos deu um sobressalto de seus sonhos e voltou a se concentrar nas planilhas que estava elaborando com a administração da empresa que ele estava acessorando – Math’s Matemática em 1º lugar! – e tentou não pensar muito no seu verão em Portugal. Enquanto Roberto fazia relatórios sobre duas empresas quebradas pela crise, para apresentar em sua próxima reunião com André, o chefe do departamento de acessoria.

As horas foram se passando calmamente, ao ponto de Carlos e Roberto reclamarem várias vezes do relógio. Ambos estavam entretidos em suas funções, e adoravam o que faziam, diga-se de passagem, mas depois de um mês de férias tiradas com atraso, era difícil se concentrar em números e palavras extremamente formais.

Quando o horário do almoço finalmente destacou-se no relógio, ambos pegaram suas carteiras e foram para o Bon appetit, um restaurante em frente ao escritório em que trabalhavam, onde eles sempre almoçavam juntos.

Fizeram seus pedidos de sempre e aguardaram que os garçons trouxessem-nos. Antes que chegasse qualquer um dos pedidos, Roberto quebrou o silêncio:

- Agora conta, como foi de férias?

- Consegui juntar dinheiro desde o ano passado e fui para Portugual durante todo o mês, só eu e a Simone...

- Ual! Uma segunda lua de mel, é? – eles sorriram. – Não deu para eu sair com a Shirley, ela teve que ficar na escola em que é diretora. Mas, em compensação, cada fim de semana estávamos em um lugar... Floripa, Fernando de Noronha, Ouro Preto e Natal! Recomendo todos!

- Caramba, que pique, hein?! Quatro viagens em um mês, e com muitos quilometros de distância...

- Você é o que menos pode falar, Carlão! Atravessou o Atlântico com sua mulher!

Os pedidos chegaram e eles atacaram a comida com mais risos do que fome. O papo entre os velhos amigos estava descontraído, falaram dos momentos amorosos que reviveram com suas mulheres em cada lugar que estiveram, explicaram os motivos da escolha, comentaram sobre como os filhos reagiram às escolhas dos pais; esqueceram completamente de suas funções pendentes no escritório.

- Nossa, tuas viagens devem ter sido incríveis, Beto! – comentou Carlos, depois que Roberto lhe contara as visitas aos monumentos históricos de Ouro Preto. – Tem alguma foto para mostrar?

- Não, as fotos ficaram em casa, mas eu te trago amanhã! – respondeu desapontado. – E você, trouxe fotos lá do Velho Mundo?

- Claro que trouxe! Mas aqui só tenho duas... – disse Carlos, abrindo a bolsa que estava na cadeira ao seu lado e pegando duas fotos. – Olha só!

A primeira mostrava Carlos e sua mulher Simone abraçados e sorrindo com um praia e um pôr do sol perfeito atrás deles. Simone era extremamente menor do que Carlos, mas também era muito mais bela que ele. Eles estavam com roupas de banho e tinham os cabelos molhados, usavam óculos escuros, pareciam perfeitos turistas.

A segunda era uma paisagem de uma outra praia. Ao longe, o azul do céu se encontrava com o mar, dando a aparência de algo infinito. O morro de pedras esculpido naturalmente estava ao lado, suas árvores eram baixas e não muito densas. Poucas e enormes pedras estavam no meio da praia, dando as boas vindas para quem vinha por uma passarela feita de madeira que vinha da lateral da foto. Havia um telhado na parte debaixo da foto, mostrando um provável restaurante beira mar ali. A areia tinha poucas pegadas e aparentava ser fofa, as pequenas ondas que apareciam morriam na praia e convidavam a qualquer um que as visse. Não havia ninguém na foto, apesar das pegadas.

- Essa foi a melhor praia que estivemos! – comentou Carlos, sonhando outra vez. – O sol brilhava no mar e nos convidava a um descanço. De noite, a lua cheia brilhou tão perfeitamente que me inspirou a dizer coisas que nunca imaginei ser capaz. A Simone ficou tão feliz essa noite... Nos esquecemos tanto da hora esse dia que quase adormecemos na areia.

- Caramba! Se for metade disso que você falou e do que estou vendo aqui, deve ser um lugar perfeito!

- Eu nunca fui bom com as palavras, Beto, você sabe disso. É muito mais do que eu falei!

- Um dia eu e minha mulher estaremos lá, te garanto! – foi tudo o que ele disse.

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Dessa vez, os agradecimentos são ao Matheus pela foto! Obrigado, fera! http://dieseitewurdenichtgefunden.blogspot.com/


Projeto está fluindo. E ficando bom! =D


As vendas cotinuam.

5

Conto - União


Apenas uma nuvenzinha branca estava no céu aquele dia! E não era algo que estragasse o azul, que deixasse o céu imperfeito... Aquela nuvem dava mais ênfase a perfeição da obra divina!
Desculpe, nem me apresentei, mas esse é um defeito meu: falo pelos cotovelos. Sou Ana e tenho 17 anos. Bem, sou uma menina como outra qualquer. E só quero passar uma coisa para você com esse texto, uma coisa que aprendi numa tarde de verão, no lugar mais belo que já estive e que, até agora, só meu irmão mais velho, Felipe, pode confirmar. Mas sem pressa, por favor, apenas acompanhe meu raciocínio.
Bom, para alcançarmos esse lugar maravilhoso que citei, preciso explicar como chegamos lá, eu e Felipe. Meu irmão tinha termidado com a namorada e estava chorando todo o tempo já havia alguns dias (coisa que ele não assume). Ele queria e precisava dar uma saída e ficar sozinho para pensar, mas não tinha coragem de fazer isso porque moramos só nós dois aqui em casa. Foi assim que dei a ideia para ele:
- Fê! Vamos sair um pouco, você precisa... – falei toda carinhosa. – Hoje é sexta, temos o fim de semana todo para isso!
- Ah, Aninha... – respondeu ele, engolindo o choro quando viu que eu estava por perto. – Não sei se deveríamos. Temos obrigações, você sabe disso...
- Sem desculpas, Fê! – interrompi, um pouco séria. – Vamos sair, nem que seja pra andar no parque da cidade por meia hora!
- Tá bom, eu também quero sair. Arrume as malas para dois dias! Vou te levar a um lugar que conheço e sempre me deixa tranquilo. Saímos daqui duas horas, o tempo de arrumar as coisas e avisar o pai, para caso ele ligue de Brasília.
Fiquei incrédula com aquilo, confesso. Mas topei na hora, adoro conhecer novos lugares!
Nos arrumamos rapidamente, ele avisou nosso pai para não se preocupar e me chamou. Saímos de casa era quase 15:00 horas, o sol estava de rachar! Meu irmão estava dirigindo calmamente, o que só faz quando eu estou por perto. Pegamos a rodovia e fomos rumo ao desconhecido, pelo menos para mim.
Foram quatro horas de viagem e poucas palavras ditas, conversas descontraídas, sem intuito nenhum.
- Vamos parar nesse hotel. – começou meu irmão, quando estava estacionando o carro perto de um belo hotel de beira de estrada. – Esse é o último antes do lugar onde quero te levar e é muito bom!
- Tá bom, Fê. – concordei.
Nos hospedamos ali, era lindo por dentro.
O jantar e o final da noite não foi muito diferente da viagem. Poucas palavras trocadas, umas sobre o saboroso nhôque servido, outras sobre uma reportagem do jornal que falava de escândalos na política. Sempre fomos muito ligados, éramos muito amigos, na verdade ainda somos, mas tinha medo de dar alguma bola fora com ele.
Dormimos.
Às 9:00 horas Felipe me acordou. Tomamos o café da manhã do hotel, uma fartura! Tinha um pouco de tudo. Felipe me contou que estávamos indo para o lugar onde ele gostaria de viver, era algo maravilhoso, mas não me disse nada além.
- Deixa a tua imaginação fluir, Aninha!
Imaginei mil coisas, mas nada se compara à emoção que senti quando finalmente chegamos ao verdadeiro paraíso!
Era um lago bem extenso. A mata ciliar dele era rica em variedades e muito bela. Nada de mato (odeio mato!), havia flores, uma grama baixa e fofa e belas árvores. Na outra margem podíamos ver a vegetação um pouco mais densa e a distância permitia que imagens fossem formadas com as àrvores e os pequenos morros de lá.
Alinhar ao centroApenas uma nuvenzinha branca estava no céu aquele dia! E não era algo que estragasse o azul, que deixasse o céu imperfeito... Aquela nuvem dava mais ênfase a perfeição da obra divina!
Meu irmão foi logo tirando a camiseta e entrando no lago, que era extremamente convidativo. Fiquei frustrada, pois não tinha pego nenhuma roupa para me banhar, mas Felipe percebeu a minha cara emburrada e já avisou:
- Desconfiei que você não traria roupa de banho. Peguei alguns biquinis para você, estão no portamalas! Aproveite!
- Fê, te amo! – foi tudo o que consegui dizer.
Me arrumei com muita pressa, coloquei um biquini preto que gostava. Tudo estava tão perfeito!
Quando voltei, encontrei meu irmão boiando próximo à margem. Não quis atrapalhá-lo, parecia bem concentrado em alguma coisa. Então sentei na beirada do lago e coloquei os pés na água. Fiquei observando as ondinhas que se formavam de acordo com o meu movimento até meu irmão falar:
- Sabe, irmã? Estava pensando aqui... Reparou aquela nuvem?
Fiz que sim com a cabeça, apesar dele não estar olhando.
- Como pode uma nuvem tão clara quanto aquela se tornar uma chuva? – falou, mais para si mesmo do que para o mundo.
- União! – falamos ao mesmo tempo. Sorri.
- Isso, Ana! UNIÃO! Acredito que, tal qual as nuvens se unem para virarem chuva e voltarem à Terra, nós humanos, em sociedade, deveríamos nos unir para voltarmos ao bem, ao que é bom!
Meu queixo caiu nessa hora! Pensei um pouco antes de dizer, piadinhas não fariam bem...
- Que bonito, Fê! Mas será que todos entenderiam que é preciso unir? E, mais do que isso, será que compreenderiam que é preciso amor para unir?
- Não sei, minha irmã. – ele disse. – O que podemos fazer é a nossa parte! E espalhar para os outros quando houver uma oportunidade.
Depois disso eu entrei no lago e ele veio até mim. Abraçamo-nos demoradamente e refletimos um pouco mais sobre o assunto, cada um com o seu próprio pensamento.
Por fim, estou apenas tentando fazer a minha parte, como disse o Felipe.
.
.
Obrigado pela foto, Gabi! =D

Tô com um projeto que acho que ficará legal! Só a Thai Ap. viu até agora...

Venda de chocolates para a Páscoa comigo! Mamãe voltou a fazê-los =F *água na boca*
Venda de esfirras comigo, também! Promoção da igreja para o acampamento! *água na boca²*
Venda de rifas comigo! Sala da minha irmã está rifando um Micro system pra ajudar na formatura.
Chega de vendas! euheuhe

4

Poesia

Antes de dormir

É do teu nome que lembro

E no teu rosto eu penso,

Só então é que adormeço

E sonho – um sonho bom, coração! –

Dentro dos teus olhos

E longe de minha razão...

.

.

Poema ainda sem título que fiz mês passado, se não me engano.

Simples, mas eu gostei do que fiz.

Não tem imagem porque nem procurei uma que ficasse boa aqui.


Alguns me pediram a continuação do conto do último post para responder "O que aconteceu com o Heron?", mas ainda não sei se sairá. Quem sabe?


Fiquei quase uma semana sem postar, eita lasquera! xP

6

Conto - No casebre


Ah! Que saudade... – lamentou Silas perdido em seus pensamentos. – Já faz quase um mês que ela saiu pra essa maratona... isto vai me matar!
Silas estava se referindo à sua mulher Isa, com quem era casado a pouco mais de 20 anos e tinha dois filhos, um menino de 17 anos, chamado Heron e uma menina de 13, que se chamava Thais. Silas estava desempregado havia dois meses, fora mandado embora da produtora de carros onde trabalhava porque a crise mundial estava maltratando os bolsos de seus patrões. Isa viajara para divulgar seu novo livro "Poesias de noites serenas", era uma turnê por cinco estados do país e várias cidades.
- Pai, preciso falar com você. – disse Heron enquanto passava pela sala onde o pai estava sentado. – E gostaria que fosse logo, se puder...
- Tudo bem, meu filho. – assentiu Silas, balançando a cabeça em sinal positivo. – Pode falar!
- É uma coisa... sei lá... – começou Heron, no mínimo nervoso. – Tipo, tem uma garota da igreja...
- Já entendi! – interrompeu Silas. – Tenho um lugar mágico para falarmos sobre isso. Espera um segundinho que eu vou buscar a chave do carro e iremos lá.
- Tá, pai! – concordou Heron, sem compreender muito o seu pai. – Mas onde é isso? Melhor, o que é isso?
- Espere um pouco! – concluiu Silas já saindo da sala. – Sem pressa!
Heron esperou na sala enquanto Silas foi ao se quarto buscar a chave do carro e avisar Thais que eles dariam uma saída de uma hora, para ela não se preocupar que eles estariam em casa na hora da janta.
Eles entraram no Pálio prata da família e partiram. Silas estava empolgadíssimo, havia muito tempo que não tinha uma conversa “pai e filho” com Heron e, finalmente, estaria novamente naquele lugar mágico que pertencia a ele e sua mulher. Rodaram por volta de cinco minutos ouvindo apenas o som do rádio do carro. Quando estacionaram numa estradinha de terra que não levava a lugar nenhum, Heron quebrou o silêncio:
- Aonde estamos?!
- Relaxa, filho! – disse Silas, tentando acalmá-lo. – Você nem sabe onde estamos, de certo, mas eu e sua mãe temos um pequeno terreno ali na frente. Não construímos nada nele porque, bem... é pequeno e tem uma história que nos envolve! Venha!
Eles invadiram aquela estradinha de chão batido a pé e andaram menos de cem metros quando pararam em frente a um terreno cercado de arame farpado com apenas uma casa de madeira construída nos limites daquele cercado. Não havia espaço nem para um rato entre a construção e o cercado. Na parte da frente só era possível ver um espaço para a garagem, onde mal cabia um carro pequeno, a porta e uma janela com várias marcações de pedras atiradas por meninos. Apesar de aparentar-se velha demais, aquela casa irradiava segurança para os dois homens ali presentes.
Sem precisar de palavras, Silas chamou seu filho para entrar e viu que o menino estava muito assustado com o interior daquela casa. Móveis bem cuidados e limpeza feita. Um quarto com uma cama de casal nova, uma cozinha mobiliada e uma sala com sofá e TV. Esta era toda a casa: simples e aconchegante. Perfeita para quem quer pensar um pouco.
Silas convidou o filho Heron a se sentar e pediu que ele continuasse o que começou na outra casa.
- Ah, sim. Claro, pai! – concordou o filho, se lembrando de onde tinha parado. – Então... é que tem uma garota lá na igreja que, sabe, eu tô gostando dela... Assim, eu já beijei na boca e tal, mas com essa é diferente, porquê... sei lá, eu gosto muito dela e, assim, eu acho que ela também gosta de mim, sabe?! – disse Heron, agora muito nervoso.
- É, eu desconfiei que fosse algo do tipo... – disse Silas. – Mas se ela também te ama fica bem mais fácil! Basta conversar com ela. – e antes que o menino interrompesse, continuou: - OK, eu sei que é difícil falar com o sexo oposto sobre isso, eu também sofri muito para conseguir ficar com a sua mãe, e é por isso que estamos aqui!
“Aqui não foi onde eu me declarei para a sua mãe, isso foi durante um show do Erasmo Carlos que fomos de excursão para São Paulo, mas foi aqui que demos nosso primeiro beijo... Ah, que dia maravilhoso aquele 11 de janeiro de 1986! Eu me senti um deus porque tinha, finalmente, conquistado aquela bendita Isa... Posso te contar como foi, Heron?” – perguntou Silas, ao fim de seus delírios emocionais.
- Hãn...? Ah, claro que sim, Pai! – disse Heron. – Por favor!
- Bem, depois daquele show que eu te falei sua mãe ficou muito estranha comigo. – narrou, sem pressa. – Muitos ficaram zuando nós dois, mas isso não me era problema, ao contrário dela. Na época ela já escrevia algumas coisas, mas ainda não era tida como escritora de verdade... Enfim, ela ficou envergonhada e tentava o máximo que podia não ficar sozinha comigo, devia ter medo que eu a atacasse. Não a culpo, faria isso mesmo se tivesse tido oportunidade. –risos rolaram dos dois.
“Continuando: passou um longo tempo onde o nosso mais longo papo foi sobre a virada do ano, que não passou de umas pouquíssimas palavras. Eu não sabia o que fazer! Uns amigos diziam para eu desistir, outros para eu tentar uma última vez. Aí veio a luz no fim do túnel!” – os olhos dele brilhavam enquanto pronunciava essas últimas palavras.
“Uma amiga dela, Alice, me disse que ela estava muito ruim. Fiquei desesperado, pensei mil coisas e conclui que deveria ir vê-la! Fui correndo pra casa, me arrumei o mais rápido que pude para ficar apresentável e fui até a casa dela. Pra minha surpresa foi ela quem foi até o portão e estava muito bem. Muito linda!”
“Eu senti meu rosto corar aquela hora e vi o dela fazer o mesmo. Não adiantava tentar sair dali. Foi então que percebi que Alice tinha me feito um favor! Não sei de onde juntei tanta força, mas comecei a falar do meu amor por sua mãe e da preocupação que senti quando Alice veio falar comigo. As palavras saltavam da minha boca, filho, de uma forma involuntária e acelerada. Até hoje não sei como sua mãe as entendeu...”
“Sabe filho, eu senti que tinha feito a coisa certa e sentia que aquele era o momento! Sua mãe estava chorando, mas sorrindo muito! Ela me disse que iria num baile naquela noite e queria muito que eu estivesse a acompanhando. Meus joelhos bambearam com o convite! Mas concordei em buscá-la com o carro do seu avô.”
“Quando cheguei na casa dela para pegá-la fui surpreendido com um sermão do pai dela sobre tratá-la bem e essas coisas. Nada que estragasse a noite. A NOSSA NOITE! Por fim, o baile era numa fazendo a poucos metros daqui e foi uma festa e tanto! Dançamos muito e nos divertimos, sem nenhuma malícia de ambas as partes. E foi na volta que sua mãe avistou este casebre onde nós estamos agora.”
“Ela pediu que eu parasse o carro, mesmo sendo quase duas da manhã. Fiquei apreensivo, mas resolvi fazer o que ela queria, pois ela merecia! Ela desceu e foi logo entrando, como se conhecesse o local. Por sorte não havia ninguém na casa. O casebre era um pouco menos cuidado do que hoje e tinha uma idade bem menos avançada, claro.”
“Sem mais nem menos, Isa virou-se para mim e disse que me amava. Meu coração explodiu de alegria aquela hora, sentia-o saltando pela boca. Eu me aproximei dela, cauteloso, e peguei a sua mão de leve. Disse algumas palavras doces que não repito mais, só para ela em algumas noites. Nos abraçamos demoradamente e, depois de alguns minutos de silêncio, nos beijamos.”
- Caramba, pai! – comentou Heron. – Nem você e nem a mãe nos contaram algo do tipo. Nenhuma vez se quer...!
- É, Heron, isso não é coisa que se espalhe pra qualquer um... –concluiu, sorrindo com o pensamento ainda nas imagens de seu coração sobre sua amada mulher.
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Estou lendo o livro A Cabana, começei anteontem, se não me engano, e é muito bom! Graças à capa do livro fiz esse texto. E fica aqui o convite para que leiam esse livro!

11 de janeiro de 1986 é a data de casamento dos meus pais! =D

Cheguei de viagem hoje e daqui dois dias é meu aniversário. Não tenho do que reclamar!