17/03/2009

Conto - Num show.

Eu estava na frente do recinto onde seria o show do Juanes. Quando me dei conta, estava abrindo a porta para que Alice decesse.

Ela estava magnífica aquela noite! Um vestido vermelho, com um pequeno decote na frente e que deixava suas costas nuas. “Callente!” – como diriam nossos hermanos -. Os cabelos negros soltos, lisos no comprimento e ondulados nas pontas, o jeito que eu mais gostava que ela o deixasse. Não estava usando maquiagem, apenas um lápiz preto no contorno dos olhos, mas tão fraco que quase nem percebi, aliás, ela nem precisava de maquiagem, nunca precisou! Para completar, usava uma sandália de salto fino, também vermelha, que a deixava na altura dos meus ombros.

- Cuida bem dela, hein Matheus?! – disse Denílson, o pai dela, de dentro do carro.

- Pode deixar! – eu respondi, simplesmente. – Não consiguiria, nem se quisesse, tirar os olhos de você hoje, está linda! – falei ao ouvido dela, para que só ela ouvisse.

- Divirtam-se! – desejou-nos Angélica, minha sogra. – E juízo!

- Com certeza, mãe! – foi o que Alice disse.

Eles saíram e, só então, nós nos beijamos, como um comprimento.

Peguei as entradas na minha carteira, havia conseguido um par para os camarotes, graças a alguns amigos meus. Passamos pelos portões de acesso e nos dirigimos aos camarotes.

No meio do caminho, um muleque, no mínimo três anos mais novo do que eu, que tinha 17, assoviu quando passamos e tentou puxar Alice para o seu lado. Mesmo não conseguindo, aquilo fez o meu sangue ferver. Fiz que partiria para cima do rapaz, mas Alice me me impediu, dizendo que não valia a pena e que não poderíamos perder o show por conta de um pivete.

Ao menos, o inconveniente valeu alguns beijos de Alice, na frente do muleque. Ainda assim, gravei o rosto dele, – por precaução – não o deixaria chegar perto de Alice.

Continuamos nossa tragetória até os camarotes, percebi que o pivete nos seguia, de certo ele queria confusão, mas ignorei. Quando entramos em nosso camarote, ele havia sumido e nós dois estávamos sozinhos numa sala com duas cadeiras, um sofá de três lugares e um mini freezer, aberta para o palco, que ficava a poucos metros de distância.

- Enfim, sós! – foi ela quem disse!

- Está animada? – perguntei, apesar de saber a resposta.

- O que acha? Pareço empolgada?

- Nem um pouco! – afirmei, convincente, sabendo que era mentira. – Mas eu posso empolgá-la fácil, fácil...

A beijei. Demoradamente.

- Isso não me empolgou. – ela me disse, fiquei incrédulo. – Só o Juanes pode me empolgar agora... – eu percebi o tom de ironia em sua fala.

- Vai com ele, então, quando ele aparecer...

O clima era descontraído, naquela pequena sala. A espera não durou mais do que vinte minutos, ao som de uma banda brasileira cover de Bacilos. Foi o tempo de bebermos um refrigerante cada, nenhum de nós gostava de bebidas alcoólicas, e eu não a deixaria beber com dezesseis anos.

Assim que o cantor principal da noite entrou, ficamos em pé, a cerquei com os meus braços, à minha frente e disse:

- Melhor garantir que você não levará meu último conselho muito a sério.

Ela sorriu e encostou a cabeça em meu peito. Ficamos daquele jeito por várias músicas, apenas cantando-as juntos com o cantor. Na quinta ou sexta música, Es por ti, ela se virou, abraçou meu pescoço e começou a bailar no ritimo da máusica. Passei meus braços por sua cintura, a fim de deixá-la colada ao meu corpo e acompanhei seus passos, passando a guiá-la.

Ao término dessa música, eu deixei que ela se sentasse na cadeira. Foi aí que começou a soar a música Nada valgo sin tu amor.

Aproveitei o clima que a música trazia, me ajoelhei em seu lado e começei a cantar para ela, como se fosse uma declaração de meu amor por ela.

- Me hago fuerte quando estás aqui! – reforçei quando a música terminou.

Ela sorriu para mim e disse que me amava.

Aproveitamos o restante do show e já íamos embora quando a polícia chegou atirando em um grupo de malandros longe de nós, que respondeu com mais tiros.

Com o susto, puxei Alice para perto de mim e dei as costas ao tiroteio, protegendo-a com o meu corpo. Vi que ela tampara os ouvidos e fechara os olhos. Ela estava com uma expressão de pânico.

Foi tudo tão rápido que nem senti.

Alice deu um grito quando viu. Eu estava estirado no chão. Meu sangue escorria pelas minhas costas, onde a bala havia se alojado.

Alice estava aos prantos e eu não sabia como confortá-la. Tive medo, não por mim, mas por ela!

- Nada valgo sin tu amor! – ela me disse aos prantos.

- Calma, Alice! – foi o que consegui dizer. – Não se preocupe! “Me hago fuerte quando estás aqui”, lembra? Não vou...

O relógio despertou. Era oito horas da noite. Percebi que estava sonhando.

Lembrei de ter chego em casa e conversado com a minha mãe. Algo do tipo:

- Matheus, tem comida no microondas. – disse Fabi, minha mãe, quando eu cheguei em casa. – Se quiser, você mesmo esquenta!

- Tá, mãe. Obrigado. – agradeci. – Vou no meu quarto antes, estou morto!

Ela não respondeu, e nem precisava. Atravessei o corredor e entrei no meu quarto, estava morrendo depois do treino de basquete. O dia, no geral, tinha sido muito cansativo e eu ainda tinha um show para ir à noite!

Me joguei na cama depois de tacar o par de tênis em algum canto do quarto, o barulho e o meu estado faziam parecer que havia levado um tiro. Talvez por isso adormeci tão rapidamente...

Estava na hora de me arruma para ir ao show. E tinha certeza de que tudo daria certo, pois estaria com o amor da minha vida ao meu lado, aquela que me deixa forte! Não havia o por quê ter medo.

.

.

Hoje não tem imagem, simplesmente porque não quero colocar a capa do CD do Juanes que contém essas músicas aqui.


Dois lembretes importantíssimos:

- Ontem, aniversário do Matheus! Um dia muito como outro qualquer!

- Amanhã, aniversário do Helder! O fim do mundo!

Sem maldade, pessoas importantes são esses dois!

5 comentários:

Matheus Souza disse...

Juanes? SAUehehuisauesue O gajo da Camisa Negra? Canta MUUUITO !
asueauehuasehuiasuhieuieas

Obrigado fera. [Dia como outro qualquer? Devia ser feriado]

Abraços fera

Anônimo disse...

meu Deus!!!!!!!! ficou muito massa! =D
ahh Fer, sem comentários ne?! você escreve muito!
adorei!!!
e ahh rachei de rir no começo com a briguinha kkkk =D
beijo!
sucesso!

Ana Caeiro disse...

Muito bons, os teus textos!

O Matheus é sempre o protagonista! xD

I'm FreE! ~~* disse...

Nossa Nando, que novela mexicana! hahaha :D

Me hago fuerte quando estás aqui! ♥

Mas ficou muito bom Amigo! Parabéns!

saudade! Amandita ;@

Anônimo disse...

Nooossa ficou muito bom =D
que história trágica rsrsrs
mas ficou muito massa

que coragem do cara ainda ir para o show
kkkkkk
fica com Deus
beijos

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